sábado, 7 de agosto de 2010

Homenagem aos meus pais: Manoel, Raimundo e Dalcir.


(Foto : 3 árvores unidas pelo mesmo objetivo)

Sou privilegiada ou azarada? Até hoje não entendi a brincadeira que o destino fez comigo, nasci em uma família pobre, em um sitio por nome Palmeirinha dos Brito, distrito de Ponta da serra- Crato-Ce. Uma família nada normal para os conceitos exigidos pela sociedade, mas isto agora não vem ao caso, pois o fato é que quero fazer uma homenagem ao meu pai, mas eu continuo com a mesma pergunta de alguns anos atrás: Homenagear qual deles?
É isto mesmo, qual dos três? Azar ou sorte? Enquanto pessoas não têm nenhum, eu fui beneficiada da seguinte maneira: Fui registrada por Manoel Pereira de Souza, que ficou muito orgulhoso por ser pai de uma menina depois de ter perdido algumas filhas ainda pequenas e terem sobrevivido apenas dois filhos homens, na ocasião já com 8 e 15 anos, foi alegria pra todos, mesmo sendo pobres o nascimento de uma linda menina veio trazer algo novo pra família Pereira. Porém, alguém ficou triste e insatisfeito com esse nascimento, o jovem Dalcir, que sabia com toda certeza que era o pai da menina, revoltou-se, apelou para o bom senso da mãe Josina que contasse a verdade e lhe entregasse a pequena para ser criada por ele,.Depois de tantas brigas e desavenças, nada podendo faze,r ele desistiu, mas ficou procurando acompanhar de perto o crescimento da criança. Pediu então ter o direito de escolher a madrinha e o nome da filha, sendo então atendido, deu-me por madrinha, sua irmã Lió e o meu nome ele escolheu, Irísmar, um nome que me agrada muito.
Mas o destino novamente meteu-se em meu caminho, levou em morte o meu pai de registro, morre o Manoel Pereira de Souza, fiquei órfã de pai.
Quis, então, o Dalcir, casar-se com minha mãe e assim criar sua filha com todo direito que lhe caberia, mas a danada da viúva já estava esquentando o lugar do morto com um homem mais moço por nome Raimundo Correia Lima, e assim toda apaixonada em menos de 6 ( seis ) meses estava casada, e eu com um padrasto. Em meus dois ( 2 ) anos apenas, tantas mudanças passando, nada entendia , sabia que morreu meu pai, ganhei outro pai, mas não sabia chamá-lo papai e o chamei de padunda. Ele fora de fato um pai, bom , respeitoso, colocou sempre a verdade nua e crua das coisas, no relacionamento entre ele e o restante da família, meus irmãos não foi assim harmonioso, mas não vem ao caso agora, tive então um segundo pai. Aos 11 anos tive então a confirmação do Dalcir ao contar-me toda história que ele era meu pai verdadeiro, que confusão! Minha cabeça dava voltas querendo entender, mas fiquei contente, pois gostava muito dele, achava até um gostar exagerado, só explicado neste momento o porquê de tanto afeto. E ai? Como ficaria a situação, continuou do mesmo modo, nada mudou, continuei encontrando-me às escondidas com ele sempre nas férias que ia passar em Ponta da Serra.
Fui então privilegiada por ser premiada com três ( 3 ) pais.
Quero então no dia 08 de agosto homenagear esses três homens que fizeram minha história, participaram dela, ajudando-me a ser a Írismar que sou hoje.
Já não tenho presente em minha vida os dois que conviveram por mais tempo juntos comigo, pois foram levados pro outro plano de vida. Tenho e conto com meu pai biológico que nunca me deixou, mesmo eu estando sempre longe dele, separada por grandes distancias estamos sempre perto pelo amor e consideração, quero homenagear mais atenciosamente Dalcir Siebra por nunca ter negado ser meu pai e sempre se mostrou orgulhoso por ter-me como filha.
Obrigada pai por ter estado sempre me apoiando quando precisei de palavras sábias que só um pai sabe dizê-las.
Apesar de todo tumulto que foi nossa convivência, posso dizer de todo coração o amor que tenho por você é de filha.
Te amo pai Dalcir e tenho orgulho de ser sua filha.
E pra lhe homenagear assinarei com o nome que o destino roubou de mim por direito:
Maria Írismar Alves Brito ( Íris Reflete )


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