domingo, 29 de novembro de 2009

291109 - Monsenhor Francisco de Assis Feitosa - por Armando Lopes Rafael


(Na foto, uma manifestação religiosa em frente à Catedral de Crato, à época do vicariato de Monsenhor Assis Feitosa)

Um dos sacerdotes que mais marcaram a Igreja Particular de Crato foi o Monsenhor Francisco de Assis Feitosa. Deve-se a este sacerdote várias ampliações e melhoramentos introduzidos na Catedral de Nossa Senhora da Penha, bem como a construção de muitas capelas rurais do município de Crato, a exemplo das capelas dos distritos de Ponta da Serra, Santa Fé e Dom Quintino. As associações religiosas da cidade de Crato experimentaram grande progresso por conta do empenho deste sacerdote enquanto esteve à frente da Paróquia de Nossa Senhora da Penha.

No livro “Roteiro biográfico das ruas de Crato” do jornalista Lindemberg de Aquino encontramos algumas informações sobre este sacerdote.

“Monsenhor Francisco de Assis Feitosa nasceu em Tauá, nos sertões dos Inhamuns, em 1893. Cursou as primeiras letras na sua própria cidade natal, tendo vindo posteriormente estudar no Seminário de Crato, completando seus estudos religiosos no Seminário de Fortaleza, onde se ordenou em 30 de novembro de 1917.

“Em 1919, nomeado por Dom Quintino, primeiro bispo de Crato, assumiu a Paróquia de Tauá. Em 1921 veio para Crato para assumir a Paróquia de Nossa Senhora da Penha, no que foi o mais longo governo paroquial na Catedral de Crato, que se prolongou por 31 anos e só foi interrompido por sua morte, ocorrida em 30 de abril de 1952”.

Monsenhor Assis Feitosa dedicou mais de três décadas àquela paróquia, e no seu longo vicariato prestou uma enorme gama de serviços ao Crato e ao seu povo, marcando de forma indelével a vida religiosa desta cidade.

Conforme Lindemberg de Aquino, Monsenhor Assis Feitosa era “Modestíssimo, um exemplo de pobreza, de humildade, da bondade em pessoa, onde se fundiam todas as excelentes qualidades de espírito e de coração”.

“Somavam-se a mais de uma centena os seus afilhados de batismo, não só de Crato, mas da redondeza em volta. Monsenhor Assis Feitosa acompanhou e ajudou aos bispos Dom Quintino e Dom Francisco de Assis Pires. Ambos os bispos o tinham em grande respeito e consideração.

“Já o povo cratense tinha verdadeira consideração ao Monsenhor Assis Feitosa, pela bondade que dele irradiava, pela serena simpatia e doce encantamento que emanavam dos seus sábios conselhos, pela sua intervenção enérgica e segura em acontecimentos marcantes na vida da cidade, como foi o caso da grande seca de 1932 e das perseguições políticas ocorridas durante o período da ditadura de Getúlio Vargas, que transcorreram durante o governo paroquial de Monsenhor Assis.

"O seu sepultamento foi verdadeira consagração humana, ferindo a cidade de Crato de uma dor inconsolável pela perda de um sacerdote virtuoso, dedicado ao seu rebanho a quem deu tanta bondade e tão bom exemplo".

Texto e postagem de Armando Lopes Rafael


Extraido do Blog do Crato


29.1109 - NOTÍCIAS DO PLANALTO

Noite de emoção em São Bernardo do Campo

Posted by jorge under Cerimônias

A primeira-dama Marisa Letícia, o presidente Lula e os ministros Dilma Roussef, Patrus Ananias e Miguel Jorge assistem ao filme Lula, o Filho do Brasil. Foto: Ricardo Stuckert/PR

Com um lenço branco nas mãos e os olhos ainda úmidos, o presidente Lula vestiu um blusão preto e se movimentou entre os convidados – alguns familiares e outras lideranças políticas e ministros de Estado. Era visível a emoção que lhe causou ao assistir a pré-estreia do filme Lula, o filho do Brasil, do diretor Fábio Barreto, nos antigos estúdios da Vera Cruz, em São Bernardo do Campo (SP).

Lula passou as duas horas da fita atento ao telão. Trocou algumas palavras com dona Marisa Letícia, mas se ateve a obra baseada no livro homônimo de Denise Paraná. Quando rolaram os créditos, Fábio Barreto se aproximou dele para mostrar algumas fotografias que estavam circulando na tela.

A noite produziu uma cena memorável. O presidente Lula se encontrou com os atores Rui Ricardo Diaz (o Lula jovem e adulto), Guilherme Tortolio, 15 anos, (o Lula adolescente) e Felipe Falanga, 9 anos, (o Lulinha).

O cineasta Fábio Barreto tentou arrancar uma avaliação do presidente Lula sobre os atores: “Inclusive a fala é igual”, decretou o presidente sobre a interpretação de Rui Ricardo Diaz. “Então, está aprovado, presidente?”, concluiu Fábio.

No colo de um parente, Gabriel Alvarenga, 4 anos, provocou o presidente dizendo que o via naquele instante sendo representado no filme. Lula fez um afago no menino que deixou o local bastante feliz.

Entre as poses para fotografias com os familiares e amigos, Lula decretou: “Hoje eu não vou falar não”. Ainda sob o impacto da fita, preferiu não conversar com os jornalistas. Deixou transparecer que não pretendia dar declarações sobre a obra de Barreto.


O presidente Lula e a primeira-dama Marisa Letícia com parte do elenco do filme Lula, o Filho do Brasil e seu diretor, Fábio Barreto. Foto: Ricardo Stuckert/PR

On

de está dona Marisa?

Ao passar para o outro salão, Lula abriu um sorriso. Ele perguntou: “Onde está dona Marisa?” E, como resposta, ouviu um sonoro “estou aqui”. Era a atriz Juliana Baroni, que interpreta dona Marisa Letícia no filme. Juliana se aproximou do presidente e deu-lhe um abraço. Naquele instante, a primeira dama havia se deslocado par

a um ambiente reservado aos familiares.

No deslocamento, ainda procurando por dona Marisa, Lula encontrou-se com a atriz Glória Pires (a Dona Lindu) e o marido dela Orlando Moraes. O presidente disse que gostou muito da interpretação da atriz. Em seguida, ele entrou na sala vip e conseguiu se avistar com dona Marisa.

Lançamento na América Latina


Luiz Carlos Barreto, o Barretão, e sua mulher Lucy, informaram ao presidente Lula que em março de 2010 o filme Lula, o filho do Brasil, será lançado na Argentina e seguirá a trilha pelos demais países da América Latina. O livro homônimo já tem edição em espanhol.

Lula foi informado que durante a exibição da fita foi pedido ao público para que desligassem os celulares e que os fotógrafos e os repórteres cinematográficos tiveram que deixar seus equipamentos num outro local para evitar que o filme fosse “pirateado”. Barretão informou que em março ou abril será lançado o DVD.

Presidente Lula e a primeira-dama Marisa Letícia com diretores e elenco do filme Lula, o Filho do Brasil. Foto: Ricardo Stuckert/PR

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

271109 - NOTÍCIAS DO PROJETO VERDE VIDA


Aconteceu na noite de hoje, 27/11, a celebração de encerramento do Projeto Ações Culturais Para Povos Rurais II, desenvolvido pelo Projeto Verde Vida em parceria com a Petrobras, e inauguração da lanchonete da Padaria Verde Vida Pão.

No ato, os coordenadores do projeto, Genivan Brasil e Marcos Xenofonte, falaram da importância do Projeto Verde Vida, nos seus 16 anos de existência, para as comunidades assistidas.

O evento contou com boa participação da comunidade regional e teve apresentação de Lucineide Alcântara e João do Crato, que conduziram o show de apresentações culturais dos meninos do Projeto, tais como: apresentação da Banda Katingueira Música Instrumental, Espetáculo de Circo, Capoeira e Show de Calouros.

Dentro da programação da festa, contou-se também com o lançamento do filme Lendas da Mata e Exposição de Artes dos alunos do Projeto.

Por Antonio Correia

Fotos: ACLIMA

271109 - VESTIBULAR: Por César Mousinho



O ministro da Justiça e Negócios Interiores, de 1910 a 1913, Rivadávia da Cunha Corrêa. Todas as gerações antes da minha, a minha e depois da minha, juntos gostaríamos de pegá-lo.

E o que esse senhor fez para merecer tamanha violência? Nada. Só foi ele quem instituiu o uso de concurso vestibular em todo o país para o ingresso no ensino superior. A decisão foi tomada em 1911, diante da crescente demanda e o praticamente estável número de vagas no ensino superior. Até então só cursava o terceiro grau quem tivesse estudado no colégio D. Pedro 2º, do Rio de Janeiro, ou em colégios certificados por inspetores federais como do mesmo nível. No princípio, os exames eram escritos e orais sobre línguas e ciências. Cada escola fazia a sua própria prova. Não havia um exame unificado por instituição.

Mudanças mais significativas foram acontecer somente na década de 70. Antes disso, de acordo com o vice-diretor da Fuvest (Fundação Universitária para o Vestibular), José Atílio Vanin, os exames cobravam conhecimentos compatíveis apenas com o primeiro ano da faculdade. 'A prova abordava questões de matemática, física, química, redação e uma língua estrangeira. A extensão de conhecimento era menor, mas era mais aprofundado que hoje', compara. Vanin afirma que, em razão disso, era quase impossível ser aprovado no vestibular ao sair do ensino médio, o que proliferou a criação dos cursinhos. Nos anos 60 surgiram os primeiros vestibulares unificados, como o Cecem, que reunia faculdades de medicina e posteriormente de biológicas e saúde, e o Cecea, com escolas de administração, direito e humanas em geral.

Outra dificuldade (para que ninguém diga que hoje é muito pior, se bem que mais estressante) era que as instituições federais realizavam os exames na mesma data, o que impedia as migrações interestaduais. Com a criação da Comissão Nacional do Vestibular Unificado, na década de 70, para regulamentar a seleção, isso acabou. O conteúdo dos exames teve de se restringir às disciplinas do ensino médio, o que, teoricamente, terminaria com a necessidade dos cursinhos. Resolução que, hoje se sabe, não funcionou.
A Fuvest só foi surgir em 1976, selecionando no mesmo exame candidatos à USP (Universidade de São Paulo), à Unesp (Universidade Estadual Paulista) e à Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). O primeiro divórcio foi da Unesp, em 83. A Unicamp saiu em 85.

Os vestibulandos de hoje e da minha época final dos anos 70, que enfrentam(os) maratonas de provas e uma competição que às vezes supera os cem candidatos por vaga, até entendem a necessidade de algum tipo de processo, mas não se conformam com o vestibular.
Em 1996, a nova LDB (Lei de Diretrizes e Bases) estabeleceu que as instituições de ensino superior são livres para decidir o processo de seleção que querem usar. Mesmo assim, aos 98 anos, o vestibular continua firme e forte.

1808 - São instituídos os exames preparatórios para os cursos superiores existentes no Brasil, mas o ingresso torna-se privilégio de colégios de elite apenas a partir de 1837.

1911 - Lei cria a obrigatoriedade do exame de admissão.

1915 - As provas passam a ser chamadas de “vestibulares”, de acordo com o decreto n.11530.

1964 - É criada a Fundação Carlos Chagas para seleção dos candidatos a vestibulares em São Paulo. Os exames ganham questões de múltipla escolha, processadas em computadores.

1968 - Estoura o movimento de excedentes, candidatos aprovados com média mínima, porém, sem vagas. Para solucionar o problema é criada a Lei n. 5540 que passa a instituir o sistema classificatório por nota máxima.

1970 - É criada a Comissão Nacional do Vestibular Unificado, para organizar o sistema no país.

1976 - A USP unifica o seu vestibular com a criação da Fuvest. A primeira prova é realizada no ano seguinte, avaliando também candidatos de duas outras instituições estaduais, a Unicamp e a Unesp.

1994 - A Fuvest altera suas provas, ampliando a fase de Conhecimentos Gerais. A primeira fase passa a ser eliminatória.

1996 - Aprovada a Lei de Diretrizes e Bases. O ingresso ao ensino superior passa a ser feito via processo seletivo a critério de cada escola.

Na sua família ou entre seus amigos, sempre vão existir vestibulandos que foram aprovados na primeira tentativa e outros que já estão na terceira ou quarta e não conseguiram, sem conta os que os pais compram suas vagas. Você que não logrou êxito, não esqueça que já reuni conteúdos para ser aprovado em curso profissionalizante ou concurso públicos.

Boa Sorte.

São Paulo, 27/11/2009

João César Mousinho de Queiroz – Psicólogo Clínico Forense

www.sosdrogasealcool.org

271109 - CRIAÇÃO DE MUNICÍPIOS

Deputados querem ter uma legislação própria



Domingos Flho, para justificar a importância do projeto, utilizou todo o primeiro expediente da sessão foto: josé leomar
Foto: José Leomar
26/11/2009
O Congresso Nacional ainda não fez a Lei Complementar própria para permitir que novos municípios sejam criados

Começou a tramitar ontem, na Assembleia Legislativa, o projeto de Lei Complementar, apresentado pelo deputado Domingos Filho, presidente da Assembleia, com o apoio da quase totalidade dos deputados, exceção apenas de Heitor Férrer (PDT) e Artur Bruno (PT), críticos da má aplicação dos recursos públicos pelas administrações municipais cearenses.

O Congresso Nacional ainda não votou a Lei Complementar que garanta aos estados a prerrogativa de criação de novos municípios, embora a matéria já tenha sido aprovada pelo Senado da República.

A apresentação do projeto dos deputados estaduais cearenses foi apresentado pelo presidente da Casa, deputado Domingos Filho (PMDB), com um pronunciamento que foi além do tempo regulamentar para o primeiro expediente das sessões ordinárias do Legislativo. Ele reiterou que a Assembleia não pode ficar de braços cruzados esperando que o Congresso Nacional devolva aos estados a prerrogativa de legislar sobre a criação de municípios.

Em 1996, relatou Domingos, uma emenda à Constituição deixou com o Congresso Nacional a competência de elaborar Lei Complementar definindo as exigências para criação de municípios. Contudo, tramita no Congresso Nacional um projeto de lei que devolve essa prerrogativas para as assembleias. O projeto já foi aprovado no Senado, mas ainda aguarda apreciação na Câmara dos Deputados.

Prazo
De acordo com Domingos Filho, no final de 2007, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou um prazo de 18 meses para que o Congresso Nacional votasse a matéria, mas o prazo expirou em maio deste ano e até agora o projeto não foi votada na Câmara dos Deputados. "Depois de maio fomos duas vezes conversar com o presidente Michel Temer que prometeu instalar uma comissão especial (para debater o assunto), mas nada", lamentou.

Para Domingos Filho, a Câmara dos Deputados ainda não votou esse projeto devido a dois motivos, primeiro pela difícil articulação entre os 513 deputados federais, e outro porque todo parlamentar quer que o projeto atenda ao seu Estado.

Habitantes
Para Domingos, as bancadas dos estados que estão criando mais dificuldades para a aprovação do projeto na Câmara são das regiões Sul e do Sudeste. Isso porque, explica o parlamentar, o projeto que tramita no Congresso exige que os distritos tenham no mínimo sete mil habitantes para que sejam municipalizados, enquanto que em estados daquelas regiões têm municípios com menos de cinco mil habitantes. São Paulo tem um deles, Borá com apenas 804 habitantes.

O parlamentar ainda salientou que são 13 anos sem desmembramento de municípios, enquanto isso vários distritos cresceram e se tornaram aptos a ser independentes. "Temos um buraco negro na legislação. Podíamos emancipar a Jurema (distrito de Caucaia), o maior distrito do País, mas não pode porque não há uma norma de regência", reclamou

Vários deputados fizeram aparte ao pronunciamento do presidente parabenizando pela apresentação do projeto de lei complementar, dentre eles, o deputado Fernando Hugo (PSDB) que questionou até que ponto a votação dessa lei na Assembleia terá força para se sobrepor à legislação Federal.

PROJETO
Condições exigidas para possibilitar a emancipação

O processo de criação de novos municípios terá início, segundo o projeto, com a entrega à Mesa Diretora da Assembleia, de um requerimento de autoria parlamentar, ou de entidade, através de projeto de iniciativa compartilhada, assinada por, no mínimo, 100 eleitores domiciliados na área a ser emancipada.

No projeto deverá constar um memorial descritivo georeferenciado, acompanhado da representação cartográfica fornecida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ou pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará.

O distrito a ser emancipado terá que apresentar uma infraestrutura necessária a comportar os equipamentos que compõem um município. Dentre os requisitos ter um centro urbano já constituído com um número superior a 400 prédios residenciais e públicos. Também é exigido rede de distribuição de energia elétrica; escolas de educação infantil, ensino fundamental e médio; posto de atenção primária à saúde; estrutura de atendimento em segurança pública; edificações com condições para a instalação da Prefeitura e da Câmara Municipal, posto de correios, dentre outros serviços.

O projeto diz que o distrito terá que possuir viabilidade econômica, territorial e ambiental, dentre outras exigências.
FONTE: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=696973

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

261109 - CONVITE DO PROJETO VERDE VIDA

261109 - Encontro de Integração: representantes do MinC e de bancos estatais se reúnem no CCBNB-Fortaleza para tratar de fomento à Cultura


FORTALEZA, 26.11.2009 - Acontece amanhã (sexta-feira, 27), de 9h às 14h, no auditório do Centro Cultural Banco do Nordeste-Fortaleza (rua Floriano Peixoto, 941 - 3º andar - Centro - fone: (85) 3464.3108), o Encontro de Integração MinC-Bancos Oficiais.

Participam do encontro assessores do Ministério da Cultura e representantes do Banco do Brasil, Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social, Caixa Econômica Federal, Banco do Nordeste do Brasil e Banco da Amazônia.

O objetivo do evento é viabilizar uma maior e melhor integração entre o MinC e os bancos estatais, bem como entre estes, que trocarão experiências e informações sobre os recursos que disponibilizam aos produtores culturais cearenses para o financiamento de seus projetos.





ENTREVISTAS E INFORMAÇÕES ADICIONAIS:

* Henilton Menezes (gerente de Gestão da Cultura do BNB) - (85) 3464.3109 / 8635.6064 - henilton@bnb.gov.br

* Marcelo Carota (assessoria de imprensa do Ministério da Cultura) - (61) 8176.6506

* Luciano Sá (assessor de imprensa do Centro Cultural Banco do Nordeste) - (85) 3464.3196 / 8736.9232 - lucianoms@bnb.gov.br

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

251109 - A Revolta do Ipê !


Um Ipê Amarelo foi cortado e seu tronco

foi transformado em um poste.

Após o poste ser fincado na rua,

foram instalados os fios da rede elétrica.
Eis que a árvore se rebela contra a maldade

humana e resolve não morrer.
Mas a reação foi pacífica, bela e cheia de amor.

Rebrotou e encheu-se de flores.

Assim é a natureza...vencedora !

Porto Velho - Rondônia - Brasil

Colaboração Dr. César Mousinho

terça-feira, 24 de novembro de 2009

241109 - VIDA DE CÃO



HISTÓRIA CURTA

Um velho cão com aparência de cansado entrou no meu pátio.

Desejo lhes contar sobre ele, sua coleira, que tinha um lar e era bem cuidado.

Ele calmamente se aproximou de mim, pulou sobre o meu colo e lhe fiz uns afagos na cabeça.

Então ele me seguiu para dentro de casa, cambaleando até o hall onde encontrou um canto e tirou uma soneca.

Uma hora depois acordou, procurou a porta de saída e se foi. No dia seguinte ele retornou, saudou-me no meu pátio, entrou no hall recomeçou a procurar seu cantinho e de novo dormiu por uma hora. Assim continuou por várias semanas.

Curioso, coloquei um bilhete na sua coleira: “Eu gostaria de encontrar quem é o dono desse maravilhoso e meigo cão para perguntar porque sempre nos finais de tarde ele vem à minha casa para tirar uma soneca”.

No dia seguinte ele retornou com um bilhete diferente do meu, pendurado na coleira.

Dizia “Ele mora numa casa com seis crianças – duas delas com menos de 3 anos de idade. Ele está tentando obter um tempo para dormir... Eu posso ir junto com ele amanhã?”

Colaboração Dr. César Mousinho

Foto Ilustrativa

241109 - UMA ONDA DE GUERRILHAS NO CARIRI



Grupo de Guerrilheiros

Orleyna Moura e Cacá Araújo


GUERRILHA DO ATO DRAMÁTICO CARIRIENSE – TROFÉU JUSCELINO LEAL LOBO JÚNIOR

UMA LUTA VITORIOSA

A Guerrilha do Ato Dramático Caririense, realizada pela Sociedade Cariri das Artes e Sociedade de Cultura Artística do Crato – Pontos de Cultura do Brasil, é a grande unanimidade quando se fala em artes cênicas do Cariri. Iniciada no dia 7 e encerrada em 22 de novembro de 2009, transformou-se na maior vitrine da criatividade cênica regional. A verdadeira mostra do Cariri! Cerca de 150 participantes, entre atores, produtores e técnicos! Quase 5.000 pessoas prestigiaram a Guerrilha!!!

O dramaturgo e guerrilheiro Cacá Araújo, idealizador e coordenador do projeto, afirma que a Guerrilha superou as expectativas de público, graças à qualidade dos espetáculos e à brava platéia local, que valoriza e prestigia os artistas e grupos da região. "A Guerrilha do Ato Dramático Caririense é um movimento de afirmação da identidade cultural do Cariri e do Brasil, é a expressão mais profunda da inventividade e ousadia de dramaturgos, atores e encenadores caririenses; é a maior mostra da produção local em artes cênicas e, na edição de 2010 grupos de outros municípios da região serão envolvidos”.

Outro fator importante é a unidade dos grupos teatrais em torno de uma ação de fortalecimento e divulgação de suas obras. Isso vai se desenvolver e representar um grande patrimônio para o turismo cultural e a educação de crianças, jovens e adultos.

O mais audacioso movimento em defesa das artes cênicas do Cariri contabilizou 16 espetáculos de teatro e dança. Todos do Cariri! Durante o encerramento, dia 22 de novembro, as companhias receberam o Troféu Juscelino Leal Lobo Júnior e seus membros foram contemplados com certificados participação no grande evento. O destaque da solenidade foi a homenagem especial prestada pelos artistas-guerrilheiros à atriz e diretora Orleyna Moura, considerada a nossa 1ª Dama do Teatro Cearense, pelo transcurso de seus 31 anos de carreira, cuja dedicação nos enobrece e orgulha.

Companhias participantes: Cia. Teatral Anjos da Alegria (Crato), Cia Teatral Livremente (Juazeiro), Associação dos Artistas e Amigos da Arte de Juazeiro do Norte, Cia. Cearense de Teatro Brincante (Crato), Grupo Cênico da SCAC (Crato), Cia. Teatral Boca de Cena (Crato), Cia. Wancylus Gat Produções (Crato), Grupo Ninho de Teatro Juazeiro), Allysson Amancio Cia. de Dança (Juazeiro), Cia. Mandacaru de Arte e Eventos (Juazeiro).

Estimular e fortalecer a produção regional em artes cênicas, valorizando artistas e grupos locais como importantes na consolidação da identidade caririense, preparando a região para intercâmbio que não exclua o valoroso patrimônio cênico do nosso povo, eis alguns dos objetivos elencados pelos realizadores do evento, ressaltando a criação de uma cooperativa de artes cênicas como uma meta emergencial do movimento.

Cacá Araújo declara que a produção das artes cênicas no Cariri é intensa e diversificada. "Aqui temos excelentes dramaturgos, atores brilhantes, encenadores geniais, bailarinos e coreógrafos de extremo talento. Mas a maior virtude dos nossos artistas é o significativo abandono dos clichês e da estética ditada por mercenários instalados em grandes centros urbanos do Sul e Sudeste, principalmente através de ações midiáticas hegemonistas e preconceituosas em relação ao Nordeste", afirma, pontuando também que "o produto teatral do Cariri tem que ter o aroma, o rebolado, o ritmo, a história, a cultura do nosso povo, que, longe de significar isolamento, revela avassalador conteúdo universal e fortalece a identidade, soberania, a auto-estima e o sentimento de pertença".


GUERRILHA DAS ARTES TRADICIONAIS E CONTEMPORÂNEAS
UM PROJETO A SER CONSTRUÍDO E REALIZADO


Iniciativa semelhante deverá ser discutida com músicos, compositores, artistas plásticos, cineastas, mestres e brincantes de folguedos, poetas, bandas de todas as linguagens, produtores, comunicadores e sociedade em geral.

A idéia é criar a verdadeira vitrine da arte e da cultura caririenses no período da Exposição do Crato, respeitando a diversidade, do tradicional ao contemporâneo. Será um canal de defesa da identidade regional, de valorização dos talentos locais, de respeito à história e à alma do nordestino-caririense. De acesso público e gratuito, sem mercantilismo mercenário, sem apologia a preconceitos de qualquer natureza... Será uma espécie de Confederação das Artes do Cariri!

Mãos à obra, então! Com destemor, bravura e insubmissão!!!

Guerrilheiro Cacá Araújo
Professor, Folclorista, Poeta, Dramaturgo, Ator e Diretor de Teatro

(FONTE: BLOG DO CRATO)

LINKS DE NOTÍCIAS DO PLANALTO

Educação profissional é estratégica para o desenvolvimento do País

Irã propõe balança comercial de US$ 10 bilhões com o Brasil

Íntegra do discurso do presidente Lula após encontro com o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad

Trecho do discurso do presidente Lula após encontro com o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad

Ministro Norton de Andrade Mello Rapesta, das Relações Exteriores, fala do desafio comercial Brasil-Irã

Íntegra do discurso do presidente Lula em cerimônia de assinatura do envio da Lei Orgânica da PF ao Congresso

Trecho do programa Café com o Presidente sobre Oriente Médio

Primeira parte da entrevista do presidente Lula ao programa Presidentes da América Latina, da TV educativa argentina

sábado, 21 de novembro de 2009

QUE COR É A SUA CONSCIÊNCIA? - 20 DE NOVEMBRO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA.- Por César Mousinho



Esta data foi estabelecida pelo projeto lei número 10.639, no dia 9 de janeiro de 2003. Foi escolhida a data de 20 de novembro, pois foi neste dia,no ano de 1695, que morreu Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares.

A homenagem a Zumbi foi mais do que justa, pois este personagem histórico representou a luta do negro contra a escravidão, no período do Brasil Colonial.Ele morreu combatendo e defendendo seu povo e sua comunidade. Os quilombos representavam uma resistência ao sistema escravista e também uma forma coletiva de manutenção da cultura africana aqui no Brasil. ZUMBI lutou até a morte por esta cultura e pela liberdade do seu povo.A criação desta data foi importante, pois serve como um momento de conscientização e reflexão sobre a importância da cultura e do povo africano na formação da cultura nacional. Os negros africanos colaboraram muito, durante nossa história, nos aspectos políticos, sociais, gastronômicos e religiosos de nosso país.

É um dia que devemos comemorar nas escolas, nos espaços culturais e em outros locais, valorizando a cultura afro-brasileira, aqui em São Paulo, vamos assistir shows e debates no Ibirapuera e em vários pontos da cidade. Abolição da escravatura, de forma oficial, só veio em 1888. Porém, os negros sempre resistiram e lutaram contra a opressão e as injustiças advindas da escravidão. Vale dizer também que sempre ocorreu uma valorização dos personagens históricos de cor branca. Como se a história do Brasil tivesse sido construída somente pelos europeus e seus descendentes. Imperadores, navegadores, bandeirantes, líderes militares entre outros foram sempre considerados heróis nacionais. Agora temos a valorização de um líder negro em nossa história e, esperamos, que em breve outros personagens históricos de origem africana sejam valorizados por nosso povo e por nossa história. Passos importantes estão sendo tomados neste sentido, pois nas escolas brasileiras já é obrigatória a inclusão de disciplinas e conteúdos que visam estudar a história da África e a cultura afro-brasileira.

O nome Palmares foi dado pelos portugueses, devido ao grande número de palmeiras encontradas na região da Serra da Barriga, ao sul da capitania de Pernambuco, hoje estado de Alagoas. Os que lá viviam chamavam o quilombo de Angola Janga (Angola Pequena). Palmares constituiu-se como abrigo não só de negros, mas também de brancos pobres, índios e mestiços extorquidos pelo colonizador. Os quilombos, que na língua banto significam "povoação", funcionavam como núcleos habitacionais e comerciais, além de local de resistência à escravidão, já que abrigavam escravos fugidos de fazendas. No Brasil, o mais famoso deles foi Palmares.

O Quilombo dos Palmares existiu por um período de quase cem anos, entre 1600 e 1695. No Quilombo de Palmares (o maior em extensão), viviam cerca de vinte mil habitantes. Nos engenhos e senzalas, Palmares era parecido com a Terra Prometida, e Zumbi, era tido como eterno e imortal, e era reconhecido como um protetor leal e corajoso. Zumbi era um extraordinário e talentoso dirigente militar. Explorava com inteligência as peculiaridades da região. No Quilombo de Palmares plantavam-se frutas, milho, mandioca, feijão, cana, legumes, batatas. Em meados do século XVII, calculavam-se cerca de onze povoados.A capital,era Macaco, na Serra da Barriga.

Domingos Jorge Velho, um bandeirante paulista, vulto de triste lembrança da história do Brasil, foi atribuído a tarefa de destruir Palmares. Para o domínio colonial, aniquilar Palmares era mais que um imperativo atribuído, era uma questão de honra. Em 1694, com uma legião de 9.000 homens, armados com canhões, Domingos Jorge Velho começou a empreitada que levaria à derrota de Macaco, principal povoado de Palmares. Segundo Paiva de Oliveira, Zumbi foi localizado no dia 20 de novembro de 1695, vítima da traição de Antônio Soares. “O corpo perfurado por balas e punhaladas foi levado a Porto Calvo. A sua cabeça foi decepada e remetida para Recife onde, foi coberta por sal fino e espetada em um poste até ser consumida pelo tempo”.
O dia é celebrado desde a década de 1960, embora só tenha ampliado seus eventos nos últimos anos; até então, o movimento negro precisava se contentar com o dia 13 de Maio, Abolição da Escravatura – comemoração que tem sido rejeitada por enfatizar muitas vezes a "generosidade" da princesa Isabel, ou seja, ser uma celebração da atitude de uma branca

Ponto facultativo ou feriado mais de 700 municípios comemoram nesta sexta-feira o Dia da Consciência Negra. Homenageando ZUMBI DOS PALMARES, a mais significativa resistência negra a escravidão em nosso país. ZUMBI:“Deus da Guerra”, “Fantasma Imortal” ou Morto Vivo”.

São Paulo, 19/11/09 - João César Mousinho de Queiroz - Psicólogo Clínico forense
www.sosdrogasealcool.org

(FONTE: BLOG DO CRATO)

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

201109 - NOTÍCIAS DO PLANALTO

Sofri muito preconceito por ser pobre e nordestino'


httpv://www.youtube.com/watch?v=bd2ify_Rglw

Apesar de a prática do racismo ser crime inafiançável, no Brasil isso não

funciona. Para inverter essa situação é necessário maior consciência por
parte da população. Assim destacou o presidente Lula em discurso na Praça
Castro Alves em evento comemorativo ao Dia Nacional da Consciência Negra. Lula
disse que não foi vítima de racismo: Mas sofri muito preconceito por ser pobre
e nordestino.

Lula, que entregou 30 títulos de posse de terra para integrantes de
comunidades quilombolas, informou que o Incra tem 1,4 mil comunidades na fila
para serem beneficiadas. Por isso, ele pregou que em 2010 possa comemorar a data
- que será feriado nacional - numa praia na Bahia em que marcará a entrega de
200 ou 400 títulos de propriedades aos quilombolas.

Você pode ler o artigo completo em:
http://blog.planalto.gov.br/sofri-muito-preconceito-por-ser-pobre-e-nordestino/

O nosso futuro é agora e não vamos jogar fora essa oportunidade'

O Brasil entra na fase de aproveitar os resultados conquistados a partir da
superação da crise financeira internacional. Como consequência, a população
deixa de lado a máxima de que somos o País do futuro e entra no clima de que
"o futuro é agora". Essa foi a tônica do pronunciamento do presidente Lula,
nesta sexta-feira (20/11), no pátio da Ford em Camaçari, na Bahia, ocasião em
que foi apresentado, pelo board da montadora, o plano de investimento no
Brasil.

No pronunciamento, Lula explicou as medidas adotadas pelo governo que fez
frente à onda que assolou os mercados internacionais e traçou um paralelo com
o governo dos Estados Unidos: "Em março começamos a bater recorde de
produção enquanto o companheiro Obama não havia conseguido isso nos Estados
Unidos."

Você pode ler o artigo completo em:
http://blog.planalto.gov.br/o-nosso-futuro-e-agora-e-nao-vamos-jogar-fora-essa-oportunidade/

'O mundo quer a paz entre palestinos e israelenses'

Uma das mais fortes características culturais do Brasil é a mistura, a
miscigenação do povo. Historicamente gente dos quatro cantos do mundo convive
numa boa por aqui. Agora, aproveitando essa qualidade, o Brasil vai ajudar a
construir pontes entre os povos do Oriente Médio, derrubando os muros
existentes.

Em declaração conjunta hoje após encontro com [...]

Você pode ler o artigo completo em:
http://blog.planalto.gov.br/o-mundo-quer-a-paz-entre-palestinos-e-israelenses/


Só ONU pode conduzir a paz no Oriente Médio'

Enquanto o processo de paz no Oriente Médio tiver a liderança apenas dos
Estados Unidos não se alcançará o acordo entre os países envolvidos nos
constantes conflitos naquela região. A avaliação foi feita pelo presidente
Lula nesta sexta-feira (20/11) em entrevista às emissoras de rádio Excelsior
AM e Metrópole FM, em Salvador. Para o presidente, é preciso que a ONU
participe deste processo de paz. Na sua avaliação, a ONU precisa ter uma
posição que contemple o pensamento do ano de 2010 e não ficar com postura de
1940, quando foi criada.
Ouça aqui a íntegra da entrevista:

Você pode ler o artigo completo em:
http://blog.planalto.gov.br/so-onu-pode-conduzir-paz-oriente-medio/

201109 - Arte visual da carioca Brígida Baltar se mistura ao Brasil das olarias populares do Cariri cearense












FORTALEZA, 21.11.2009 - Artista visual brasileira de renome internacional, a carioca Brígida Baltar já expôs em 15 países de três continentes - Ásia (Japão), Europa (Alemanha, Espanha, França, Inglaterra, Itália, Portugal e Suíça) e América (Argentina, Colômbia, Cuba, EUA, México, Uruguai e Venezuela).
Atualmente em temporada de trabalho em Fortaleza, Brígida Baltar apresenta à cidade a exposição individual "e agora toda a terra é barro", com curadoria do também carioca Marcelo Campos, professor-doutor em Artes Visuais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
A abertura da exposição acontecerá na próxima terça-feira, 24, às 19 horas, no Centro Cultural Banco do Nordeste-Fortaleza (rua Floriano Peixoto, 941 - Centro - Térreo - fone: (85) 3464.3108). Gratuita ao público, a mostra fica em cartaz até 30 de dezembro deste ano (horários de visitação: terça-feira a sábado, de 10h às 20h; e aos domingos, de 10h às 18h).
E agora toda terra é barro (texto do curador Marcelo Campos)
"A cidade dá a ilusão de que a terra não existe" (Robert Smithson).
Brígida Baltar quando diz "pó" quer dizer, "minha casa". Retirados inicialmente das paredes de sua própria moradia, o pó de tijolo da casa de Baltar percorreu outras terras, se transformou em minitijolos unindo as frestas do chão de galerias londrinas, espalhou-se em padronagens de ladrilhos hidráulicos de espaços na Argentina, criou cantos, florestas e parquets nos museus de São Paulo e Rio de Janeiro. Nos projetos de terra da artista, há aproximações com a produção de Michael Heizer, Walter de Maria, Robert Smithson. A terra foi usada na arte dos anos 1960 e 1970 para quebrar a primazia da razão.
Agora, Brígida Baltar se mistura ao Brasil das olarias populares de Juazeiro do Norte (CE). Realiza ações com os oleiros, misturando o pó de casa ao solo do Cariri. Constroi tijolos, interessando-se tanto pela paisagem das olarias nas clareiras das matas, quanto pelo processo low tech.
Porém "um mundo frágil e fraturado cerca o artista". Assim, Brígida poetiza a terra, a imensidão, sempre atenta ao detalhe, ao que está ao alcance das mãos. Manipula "ferramentas estúpidas", como nos termos de Heizer, seja por se inserirem em processos arcaicos (fôrmas de madeira para tijolos), seja por se destinarem a objetivos impossíveis (coletar orvalhos e neblinas). Ela busca uma certa invisibilidade, aproximando objetos e espaços ao seu próprio corpo, tal qual vemos nas imagens de Francesca Woodman.
Aceitam-se os contrários, o paradoxal. Na viagem para Juazeiro, a artista queria a terra seca e rachada do sertão e encontrou um ambiente lamacento. Resolveu então nos fazer conscientes da instabilidade dos objetos e da natureza, ativando nossa observação para estados de transformação.
A vontade pelos projetos de terra criou uma troca imediata com a região sertaneja. E essa troca aconteceu efetivamente quando Brígida, numa manhã de janeiro, encontrou o ofício dos oleiros na estrada de Taquari. À primeira vista, as olarias de Juazeiro se assemelhavam a cidades inacabadas ou construções míticas. Havia uma "grandeza primordial" naquelas imagens que nos colocava diante de miragens. Pareciam concomitantemente castelos e ruínas. Um aspecto "singularmente selvagem" desenhava as olarias do Cariri.
Novamente, Brígida se colocava diante de paredes, cercas, limites (afinal, a neblina também é parede na paisagem). O interesse se renovava em ações simples. Brígida Baltar faz dela mesma linha de encontro e simbiose, na casa, nas margens dos lagos sertanejos, nos limites das estradas serranas, nas copas das árvores, à beira-mar.
"O deserto é menos natureza do que conceito, um lugar que engole as fronteiras".
Na imaginação sobre o sertão desértico, as fronteiras perdem seu significado. Em Juazeiro, Baltar operou uma "consciência de deserto". Menos destruição e abrasamento e mais construção, possibilidade de convivência com a natureza local, açudes, lagos. Como projeto de terra, Brígida trabalhou com a observação direta, atenta, cuidadosa sobre um ambiente natural e culturalmente complexo.
O encontro com Juazeiro do Norte coloca Brígida Baltar na frequência espaço-temporal de um Brasil interiorano, mas não menos dinâmico, vivo, pulsante. Chegar em Juazeiro e encontrar a construção de tijolos toscos, é vivenciar lugares quase utópicos. Estamos em terras brasileiras.
[Brígida Baltar e Marcelo Campos conversam na tarde do dia 4 de Julho de 2008]
[M] Brígida, você se interessa por trabalhar com tijolos desde quando? Quais ações são feitas com o pó de tijolo?
[B] Acho que a primeira ação foi transformar o tijolo da casa que eu vivi em pó. Isso aconteceu em meados dos anos 1990. Foram muitos tijolos e algumas paredes. Isso foi se traduzindo para mim num sentido de desaparecimento de algo que, a princípio, é bastante sólido. Afinal a idéia de propriedade pode ser muito fixa e estável. É como se em pó a casa pudesse viajar para outros lugares. E depois este pó podia também servir para outros fins, outras construções, outras paisagens. Fiz minitijolos moldados deste pó e daí intervenções em frestas, espaços vazios, pequenas ocupações, pequenos ofícios como você gosta de dizer.
[M] A terra é matéria-prima e o tijolo também, pois é estrutural, elementar. O sertão é visto, muitas vezes, como matéria-prima para o Brasil. Parece que estamos diante de algo atávico. Mas, isso é ficção, é tentativa de mitificar origens.
[B] O tijolo mesmo em pó será sempre tijolo, é sempre estrutura, porque esta noção já vem colada à matéria. Acho que por isso ando fazendo construções. As florestas que desenho, por exemplo, são construções, assim como os pequenos chãos de parquet. Fiz dois livros que chamei "Devaneios" e "Utopias". Por serem livros-tijolos, é como tornar estas idéias possíveis ou concretas. A natureza do sertão foi mesmo matéria para mim. Fui para lá ver
a paisagem, a terra, o chão, algo bastante elementar para o nosso imaginário que precisa das mitologias.
[M] Estou vendo construções por todo lado, na "Art in America", em trabalhos do Oriente Médio etc. Você já tratou de utopias. Algumas vezes, de maneira quase inevitável, a política tangencia sua produção?
[B] Acho que sim, mas de uma forma não tão evidente. Eu tenho gostado de trabalhar com o "menos", no sentido do não-espetacular, do mais efêmero, que pode ser alguma coisa agora e se desmanchar depois. E quando eu penso em formas mais definidas da obra, como as florestas em pó de tijolo, as paisagens em geral ou os livros, acho que vem junto um sentido responsável ou positivo mesmo.
[M] Mas a construção tem seus avessos. O mundo desmorona a todo instante. Talvez a atitude política deva vir do pequeno, mesmo. Beuys dizia, a revolução somos nós.
[B] Bom, estamos agora adorando estas imensas olarias. Elas ficam bem estranhas na paisagem. Parecem casas meio tribais, ou castelos. Foi você que disse que o título deste texto poderia ser castelos ou ruínas. É boa esta idéia e acho que sintetiza bastante nossa alegria neste projeto.
[M] Smithson comenta que os processos de construção pesados, mais rudes, têm um tipo devastador de grandeza primordial, às vezes mais interessante do que o projeto acabado.
[B] É, isso dá vontade de levar a olaria inteira para dentro da galeria e pronto. A beleza daquela simplicidade. Aqueles tijolos brutos secando ao sol. Hoje, há tentativas de voltar a fazer as casas com o barro cru, como as de pau-a-pique ou estuque. Parte da Muralha da China foi produzida com tijolos sem queima, assim como cidades inteiras na África e em regiões desérticas. Sem falar da nossa tradição. E essas casas mantêm a temperatura ideal, não queimam carvão, não consomem energia. É bonito pensar que a casa pode voltar a ser terra novamente desta maneira. Eu adoro isso, são casas vivas, como plantas, que nascem e morrem.
[M] E se chove então? Há sempre uma ameaça.
[B] A base tem que ser bem estruturada, com pedras e o telhado firme. A Monica Soffiatti, uma amiga, gosta deste assunto e ainda frequenta oficinas experimentais em ecovilas. Ela costuma dizer que uma boa casa de barro suporta as tempestades. É como estar de botas e chapéu...
[B] Marcelo, eu tenho uma pergunta: não consigo ver a aproximação que você fez no seu texto, da minha experiência com terra, com as obras de Walter de Maria, Michel Reizer e Smithson...eles são todos "imensos"!
[M] Brígida, ainda que as escalas sejam diferentes, os trabalhos são poeticamente relacionados: o uso da terra, a noção de natureza e paisagem atemporais, as tais "ferramentas estúpidas", toscas: mochilas de plástico-bolha, fôrma para tijolos. Você não faz Land Art, mas fez uma ação na natureza, à beira de um lago, no meio do sertão. Walter de Maria enchia um quarto de terra, você retirou a terra em pó das paredes e anda espalhando terras pelos lugares em que expõe, realizando brocados, desenhos etc. É como uma Land Art feita à mão.
[B] Que boa essa resposta...
[M] E como foi seu encontro com Juazeiro que, aliás, é nome de uma árvore?
[B] Foi o impacto de imaginar um lugar, de seca, de cactos, de terra rachada e encontrar uma mistura de muitas outras realidades, de uma natureza também úmida que me impressionou e me fez mergulhar na terra barrenta e ainda uma cidade de comércio intenso, camelôs, lan houses e devotos por toda parte.
[M] E diante das olarias? Há desafios, parecem esfinges, decifra-me ou te devoro. Você planejou ações, performances, fotografias? Como fazer para aquilo se transformar em arte?
[B] Eu fiz uma ação muito simples, moldei 16 tijolos.
ENTREVISTAS E INFORMAÇÕES ADICIONAIS:

* Brígida Baltar - (21) 8863.8494 / 2245.9978 - baltar.brigida@gmail.com

* Marcelo Campos (curador) - (21) 8829.6617 / 2259.0941 - campos.marcelo@gmail.com

* Jacqueline Medeiros (coordenadora de Artes Visuais do CCBNB) - (85) 3464.3184 / 8851.5548 - jacquerlm@bnb.gov.br

* Luciano Sá (assessor de imprensa do Centro Cultural Banco do Nordeste) - (85) 3464.3196 / 8736.9232 - lucianoms@bnb.gov.br

201109 - As Terreiradas -


De 13 a 19 de novembro último, participei, como integrante da Aldeia Cariri, da 11ª Mostra SESC Cariri de Cultura que aconteceu nos Terreiros dos Mestres do saber popular caririense, Tal e gratificante evento denominou-se TERREIRADAS. Como novidade em relação aos dois anos anteriores, os Mestres anfitriões receberam em sua residência, em seu terreiro, em sua latada, os colegas, numa inter-relação e integração fraterna, emotiva e gratificante.
De início, visitamos o terreiro da Mestra Vicenza no Bairro Mutirão em Juazeiro com as presenças de brincantes do Reisado das cidades de Missão Velha e Juazeiro. Na tarde seguinte foi a vez de subirmos as ladeiras que dão acesso ao populoso e aconchegante bairro do Alto do Seminário. Ladeiras que dão testemunho diário de ida e vinda de trabalhadores e trabalhadoras em uma profícua relação entre essa gente simples e brava com toda a cidade. A residência e o terreiro do mestre Raimundo Aniceto foram palco de sadias e contagiantes apresentações daquela tarde. Reisado Dedé de Luna, Banda Cabaçal e Maneiro Pau da vizinha Juazeiro foram as atrações. Momento de grande entusiasmo e autoestima por parte dos presentes. Na terça, a Vila Novo Horizonte foi o espaço ocupado, onde a mestra Zulene Galdino exibiu empolgação e entusiasmo exuberantes. O pastoril da Mesta Galiléia - Iguatu – associado a lapinha da anfitriã numa simbiose harmoniosa, trouxeram colorido à noite e esperanças renovadas de dias melhores com a encenação do nascimento do Salvador. O Reisado Guerreiro Santa Madalena - Juazeiro - e a Banda Cabaçal Santo Expedito enceraram as apresentações. Na tarde e noite da terça-feira o Mestre Aldenir e a comunidade da Vila Lôbo recepcionaram brincantes e convidados em “sortido” banquete, fazendo “papilas linguais” e “glândulas salivares” serem “estimuladas”. Quando a noite tem início é a vez dos olhos dos presentes serem “atiçados” pela face sorridente e bela da Mestra Marinês. Inspiração e criatividade não lhe faltam. O município de Várzea Alegre é destaque com os rurais do assentamento Olho d’Água. Mestre Cirilo e a comunidade da Bela Vista recebem o Reisado São Miguel, a banda Cabaçal São José - Missão Velha - o Reisado dos Franciscanos - brincantes de Juazeiro e Caririaçu - e o anfitrião Mestre Cirilo encerra as apresentações que tiveram na participação de Geraldo Júnior o destaque do terreiro. Mestre Aldenir foi, também, referência da noite. O Bairro João Cabral em Juazeiro foi a conclusão de tarde e noite de Terreiradas empolgantes.
Jorge Carvalho
Novembro
2009


quinta-feira, 19 de novembro de 2009

191109 - GUERRILHA DO ATO DRAMÁTICO CARIRIENSE SE FORTALECE A CADA DIA!!!


A peça teatral A COMÉDIA DA MALDIÇÃO, escrita e dirigida por Cacá Araújo, encenada com a Companhia Cearense de Teatro Brincante, protagonizou, ontem, recorde de público na Guerrilha do Ato Dramático Caririense, no Teatro Rachel de Queiroz, em Crato-CE. Foram duas sessões lotadísimas, nas quais quase 500 pessoas se divertiram com a famosa comédia, que tem em seu elenco a primeira dama do teatro cearense Orleyna Moura ao lado da mais nova integrante da companhia Jéssica Lorenna Gonçalves.

SINOPSE:
Num pequeno povoado do interior nordestino, a linda jovem Ana Expedita, louca de paixão pelo Vigário Felizberto, vale-se de uma infalível simpatia para conquistar o coração do amado: serve-lhe café coado no fundo da calcinha. Com ele amancebada, é condenada à terrível maldição de virar Mula-sem-cabeça.

Sabendo da desgraça da filha, a rica viúva Fantina encarrega os homens da cidade da tarefa de descobrir como desfazer o encantamento e como prêmio ganhar muita riqueza. É aí que Tandô, antigo namorado da viúva, se transforma em herói! Mas a menina não podia ver batina e...

ELENCO:
Andecieli Martins: Irmã Francilina
Cacá Araújo: Tandô
Carla Hemanuela: Zulmira e Mãe Luzia
Feitosa Chaves: Fotógrafo Jorjão
Jardas Araújo: Cantador e Dono da Bodega
Jéssica Lorenna Gonçalves: Cibita
Jonyzia Fernandes: Ana Expedita
Joseany Oliveira: Beata Carmélia e Leide Zefa
Josernany Oliveira: Brincante da Mula
Orleyna Moura: Viúva Fantina
Paula Amorim: Ladra
Tio Bibi: Padre Sebastião
Vinicius Pinho: Vigário Felizberto

MÚSICOS:
Walesvick Pinho
Vinicius Pinho

TÉCNICA:
Texto e Direção Geral: Cacá Araújo
Assistência de Direção: Orleyna Moura
Cenografia: Artesão França
Sonoplastia: Cacá Araújo
Operação de Som: Gabriela Melo
Iluminação: Jardas Araújo e Danilo Brito
Operação de Luz: Danilo Brito
Figurino: Orleyna Moura e Carla Hemanuela
Maquiagem: Carla Hemanuela
Guarda-Roupa: Luciana Ferreira
Pesquisa e Arranjos Musicais: Lifanco
Produção Executiva: Mônica Batista
Produção Geral: Sociedade Cariri das Artes


FUTURO:
O coordenador da Guerrilha, Cacá Araújo, já anuncia que, para o próximo ano, estão sendo planejadas oficinas, debates e experimentações, além da mostra de espetáculos de teatro e dança, num período que deverá ser de pelo menos 30 ou 60 dias, nas cidades de Crato, Juazeiro e Barbalha.

Outras vertentes que deverão ser exploradas serão o cinema, que terá a coordenação do cineasta Jackson Bantim, autor do filme AS SETE ALMAS SANTAS VAQUEIRAS, e as artes visuais e instalações comunitárias, com a articulação do Coletivo Camaradas.

A Guerrilha do Ato Dramático Caririense é uma ação de afirmação e defesa das artes cênicas da região, forjada inicialmente por grupos e companhias de Crato e Juazeiro, com programação que se estenderá até o dia 22 de novembro, sempre no Teatro Rachel de Queiroz, em Crato-CE.

Hoje, segunda-feira, às 19h30min, teremos a apresentação do espetáculo DESMISTIFICANDO TABUS, com a Cia. Mandacaru de Artes e Eventos. E amanhã, terça, dia 17, a peça COQUETEL, escrita, atuada e dirigida por Wandeley Tavares, com a Companhia Wancylus de Teatro.

Prof. Cacá Araújo
Coordenador Geral da Guerrilha do Ato Dramático Caririense
Crato-CE

( FONTE:http://coletivocamaradas.blogspot.com/)