sexta-feira, 4 de junho de 2010

ENERGIA PARA A NOVA POTÊNCIA - Por Delúbio Soares (*)

(Foto - Energia Eólica - no Ceará)

O Brasil sofreu muito com o apagão do governo anterior. Estivemos diante de um quadro típico de incompetência governamental e imprevidência gerencial, mesclada com falta de planejamento e descaso para com o país e sua população.
Um dos países mais ricos do mundo em recursos naturais, em energia renovável, com invejável sistema energético, se viu às escuras por conta da falta de investimentos e – pior de tudo – com a falta de visão e de iniciativa da gestão anterior ao governo do presidente Lula. Os brasileiros se defrontaram com situação jamais vivenciada e tiveram que economizar mais de 20% da energia então utilizada, sob pena de cortes periódicos do fornecimento nas cidades e no campo. O governo FHC chegou a nomear um “ministro do apagão” e instituiu pesadas penalidades. Vale a pena recordar essa época lamentável em nossa história recente: os consumidores entre 101 e 200 kwh eram obrigados a economizar 20% em seu consumo mensal sob pena de corte da energia. Os brasileiros que utilizassem mais de 200 kwh estavam sujeitos à pesada multa e ao corte sumário da energia em suas casas, propriedades rurais ou estabelecimentos comerciais. As contas de luz acima de 200 kWh mês eram sobretaxadas mesmo que o consumo estivesse dentro da cota e se não houvesse redução no consumo as penalidades iam do corte sumário à escuridão por seis dias, além de os brasileiros que não reduzissem o valor de sua conta, portanto o consumo mensal, estarem sujeitos à multas que variavam de 50% a 200%.
A questão energética no governo dos tucanos foi tratada com escuridão nos lares e penalidades aos consumidores. No governo Lula ela tem sido prioridade de governo e alvo das atenções necessárias a tão importante setor, com a imprevidência foi substituída pelo planejamento. A incompetência deu lugar à brilhante gestão de Dilma Roussef e de Edson Lobão à frente do Ministério das Minas e Energia.
O Brasil do escuro foi substituído pelo Brasil de três novas usinas hidrelétricas que preparam o país para as próximas décadas, com crescimento compatível com nosso desenvolvimento econômico e social. Aí estão os colossos de Santo Antônio e Girau, no Rio Madeira, em Rondônia, e o de Belo Monte, no Rio Xingú, no Pará. São as respostas de um país que está se colocando entre os mais importantes do cenário mundial, com uma economia que crescerá até mais do que 7% em 2010, segundo as previsões mais realistas e conservadoras. São obras realizadas dentro de uma visão moderna e responsável da questão ambiental e que garantirão uma excelente reserva e fornecimento de energia pelas próximas décadas, justamente nos anos mais promissores de nossa vida econômica.
Vale ressaltar a nova concepção e postura do país diante da questão energética por conta das realizações do governo do presidente Lula durante os últimos sete anos. Uma delas foi a integração dos sistemas Norte-Sul e Leste-Oeste através dos “linhões”, gerando imensa sinergia e resolvendo um problema fundamental que foi ignorado pelos governos anteriores. Outra foi a disseminação de grande número de PCH’s, as “Pequenas Hidrelétricas”, que entregues à iniciativa privada vem complementando o esforço nacional de abastecimento energético e de suporte ao desenvolvimento regional. Temos imensa potencialidade por todo o território, do Rio Grande do Sul até Roraima, e todas as possibilidades energéticas têm sido exploradas de forma sustentável.
Também nosso subsolo garante o crescimento nacional com energia limpa e não poluente. Ao lado das termoelétricas alimentadas por carvão, diesel e gás, já temos a realidade – muito mais do que experimentos bem-sucedidos – das usinas alimentadas por bagaço de cana e pelo capim-elefante, exemplos da criatividade e do talento de nossos empreendedores, engenheiros e técnicos.
O presidente Lula defende a utilização das usinas nucleares como fonte de geração de energia limpa para a paz, para o desenvolvimento científico, para a pesquisa tecnológica, com múltiplas finalidades em setores que vão da indústria da informática à aeronáutica e a medicina. E desde que o Brasil, em louvável gesto de soberania do governo do general Geisel, desafiou o veto norte-americano e celebrou o acordo nuclear com a Alemanha, temos a possibilidade de utilização da energia nuclear para tais finalidades. Pois tem sido no atual governo a realização de tal anseio nacional, acalentado desde os anos 50, com as pesquisas iniciadas pelo notável exemplo de patriota e visionário do Almirante Alvaro Alberto, que hoje empresta seu nome as centrais de Angra I, II e III. Ernesto Geisel e Alvaro Alberto, dois militares de ideologias opostas mas que sonharam e lutaram pelo que hoje o presidente Lula realiza em tão relevante setor como é o da energia nuclear.
Não deixemos de observar outras fontes de energia e que a cada dia deixam de ser alternativas para se tornarem realidade: a energia eólica, aproveitando a força dos ventos ao longo de nossa costa em território verdadeiramente continental, baseando-se no exemplo de países como a Dinamarca com 40% da energia utilizada sendo da matriz eólica; o bio-diesel, combustível renovável, do futuro, prioridade do governo Lula; a energia que será gerada com a exploração do pré-sal, fruto da obstinação de Lula e de Dilma, alicerçados na extraordinária empresa e patrimônio nacional que é a Petrobrás, uma das maiores petroleiras do mundo e que vive, ao contrário dos anos do tucanato, uma das melhores fases, senão a melhor, desde sua fundação pelo Estadista Getúlio Vargas.

No Brasil em que vivemos, sem desemprego e com crescimento econômico impressionante, com o reconhecimento internacional ao grande governo que recuperou nossa imagem perante as demais Nações e nos colocou entre as grandes potências de um futuro que já chegou, o desafio energético tem sido enfrentado e vencido pelas potencialidades de uma terra abençoada e de um povo extraordinário.
(*) Delúbio Soares é professor
www.delubio.com.br
www.twitter.com/delubiosoares
companheirodelubio@gmail.com

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