terça-feira, 13 de abril de 2010

130410 - A POESIA DE JOSÉ AUGUSTO SIEBRA 1881-1960 VIAGEM AO INFINITO


Galguei o espaço infinito
Pelo alto pensamento
Rompendo a força do vento
Do ar o denso granito.

Pisei todos os planetas,
Signos, cometas também.
Vi tudo que gira além
Mas não vi quatro trombetas.

Não encontrei o Altíssimo
Nem o trono da verdade
E de lá voltei certíssimo
Descrendo da eternidade.

Mas de volta encontro o ar
Em profunda escuridão
Com o estridor do trovão
O corisco a fuzilar.

Acho, Deus, encontrei jeito
De crer na sua existência
Imploro sua clemência
Com a mão cruzada ao peito.

Deus! Oh, Deus! Senhor perdão!
Perdão se esta poesia
Ofendeu-Te a primazia
Sob o peso de tua mão.

Pois, Senhor, ao infinito,
Galguei pelo pensamento
Reconheci teu portento
E o quanto sou pequenito.

Teu poder sublime e forte
Os meus olhos lá bem viram
Se os meus versos te feriram
Perdão Deus! Manda-me a morte.

Postado por Stela

http://cariricaturas.blogspot.com/

Um comentário:

Antonio Correia Lima disse...

José Augusto Siebra é nome de rua em Ponta da Serra