quinta-feira, 14 de abril de 2011

Quanto tempo (anos) perdido(s)!


É percebível aos nossos olhos a situação de atraso em vários aspectos que apresenta o nosso município ao longo das últimas décadas. São, acredito eu, 30 ou 40 anos de “desvantagem” em relação a outros município de igual porte em nossa região nordeste. Podemos citar em nosso estado as cidades de Sobral, Iguatu, Juazeiro. No vizinho estado de Pernambuco, Araripina, Caruaru, Petrolina, Jaboatão entre outras. No estado da Paraíba: Sousa, Cajazeiras, Campina Grande. Provavelmente não deve ter havido com esses e outros municípios semelhantes geograficamente, comercialmente e culturalmente ao nosso, todo um processo de desmonte – arquitetônico, social, econômico, esportivo, cultural - que ocorreu com o nosso querido Crato.

Inoperância administrativa, indiferença aos sérios problemas municipais, incompetência para o cargo de gestor público, indiferença e preconceito burguês perante as classes sociais menos favorecidas, prioridade para politicagem e projetos pessoais, entre outros fatores, “levaram” o nosso município a triste e preocupante situação atual: Edificações históricas destruídas, ruas esburacadas com asfalto realizado há mais de trinta anos em elevado estado de desgaste, praças em situação de abandono, ausência de moderna estação rodoviária, carência de um hospital público – adulto e pediátrico, indiferença com relação a questão habitacional, bairros, zona rural em completo esquecimento: ausência de áreas de lazer, estradas intransitáveis, transporte escolar desumano... As vozes, artigos escritos, blogs, comentários em praças da cidade apresentam como tema o mesmo assunto: “O Crato parou no tempo”, ou ainda “O Crato precisa acordar”, e lamentos e mais lamentos por parte de uma população ainda esperançosa de dias melhores. Há mais de vinte anos um renomado professor cratense, hoje residente em determinada capital nordestina, endereçou ao senhor Humberto Mendonça – candidato a prefeito a época – uma carta alertando que eram necessários 40 anos para o resgate do desenvolvimento cratense. Esse lembrete foi anunciado há mais de vinte anos passados. Hoje, serão necessários 60 ou mais, principalmente pelos estragos ocasionados pelas duas últimas administrações - Senhores Walter Peixoto e Samuel Araripe. Com as proximidades de mais uma eleição municipal, vários nomes são comentados pela população local ao cargo de gestor publico municipal. Eleição não é prioridade. Os nossos angustiantes e graves problemas é que devem ser debatidos pelos seus mais de cem mil habitantes. Um conjunto de propostas, de projetos em todos os setores: educação, saúde, esporte, economia, habitação, saneamento básico, patrimônio histórico assassinado ... devem ir a mesa dos referidos debates.

É urgente o agrupamento de pessoas imbuídas de bom propósito, amor ao Crato, disposição física e dedicação ao trabalho, em discutir programas, propostas, apresentá-las a todos os segmentos: imprensa, comunidades de bairros, distritos, universidade, escolas, câmara municipal. Para a reconstrução da cidade é necessário “arregaçarmos as mangas”. Ainda há tempo e a população deposita esperanças em dias melhores para o nosso município. Um bom sinal já deslumbramos com a presença do governo estadual em nossa cidade: sede própria do Geo-Park Araripe, Restaurante Universitário, Residência Universitária, Escola Profissionalizante no Bairro São Miguel, Ginásio Poliesportivo da Universidade, Centro de Convenções. Vamos aguardar um grande projeto de soerguimento da nossa cidade - abandonada, sucateada, “esculhambada”, sacaneada, humilhada pelas duas últimas administrações. Veremos ainda um Crato alegre, um povo risonho, desfrutando de melhor qualidade de vida. Finalizo, lamentando a “omissão” das duas emissoras AM da cidade frente os nossos graves problemas. Que o nosso hino - de letra e melodia belíssimas - seja tocado não por ufanismo e sim com o coração em acelerado batimento emotivo que somos um povo vencedor. Por falar em hino, determinada administração o colocou em segundo plano. A cidade era acordada para os festejos cívicos com a voz do cantor Carlos Santos dizendo: “Quero você, quero você, quero você todinha pra mim”...

Jorge Carvalho

Abril de 2011

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