sexta-feira, 8 de abril de 2011

editorial Diário do Nordeste - Saúde descentralizada


Publicado em 8 de abril de 2011


A mesorregião do Cariri inaugura, hoje à noite, um hospital de grande porte, terciário e, como tal, de alta complexidade para atender a uma clientela superior a 1,3 milhão de habitantes, distribuída por 44 municípios do Sul e do Centro-Sul do Estado. O empreendimento, construído com recursos do Ministério da Saúde e do governo do Estado, oferecerá serviços de urgência, emergência, atendimento clínico e cirúrgico em diferentes especialidades, apoiado em equipamentos de última geração na área da saúde, incluindo-se a ressonância magnética. Com 27 mil metros quadrados, o Hospital Regional do Cariri representa investimento de R$ 105,6 milhões, sendo R$ 58,5 milhões do Estado e R$ 47,1 milhões do governo federal. Voltado para a clientela do Sistema Único de Saúde, oferta 294 leitos, 36 unidades de tratamento intensivo e oito centros cirúrgicos, e servirá, também, como hospital-escola para os cursos de nível superior da área de saúde.

Para tanto, sua localização é estratégica, tendo sido edificado no conhecido triângulo Crajubar, entre Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha, na Rua Catulo da Paixão Cearense, às margens da Avenida Padre Cícero e próxima da Avenida Deputado Leão Sampaio. Houve o cuidado de voltar a frente de suas instalações para a Chapada do Araripe, situada a 10 quilômetros do complexo hospitalar.

A população carente de assistência médica proporcionada pela rede pública e conveniada com o SUS terá à sua disposição, além do socorro de urgência e emergência, acesso a especialistas nas áreas de traumato-ortopedia, neurologia, cirurgia geral, cirurgia vascular, cirurgia plástica, cirurgia buco-maxilo facial, proctologia, gastroenterologia, urologia, oftalmologia, clínica médica e mastologia.

Todas essas especialidades médicas terão apoio de vasta gama de exames laboratoriais complementares. Além da ressonância magnética, o HRC oferecerá tomografia computadorizada, endoscopia digestiva e respiratória, eletroencefalograma, eletrocardiograma, ecocardiograma, angiografia, mamografia, ultrassonografia geral e intervencionista, radiologia geral, serviços de laboratórios de análises clínicas e patológicas, anatomopatologia e citologia. Tais serviços hospitalares estarão abertos ao público somente em maio. Pela demanda reprimida, é admissível no início do funcionamento uma corrida pública para o uso desse equipamento. Mas logo deverá vir o ajuste planejado.

A exemplo da experiência bem-sucedida do Hospital Waldemar de Alcântara, em Messejana, o Hospital Regional do Cariri será administrado pelo Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar, próximo do modelo de gestão da Rede Sarah, portanto, sem as restrições da administração centralizada. Nele haverá metas a alcançar, avaliação de desempenho, preocupações com a qualidade do atendimento e estímulos a seus 996 profissionais da saúde regidos pela CLT. Se esse modelo gerencial atender às condições previstas, esta será mais uma demonstração sobre a viabilidade do SUS, sem os vícios herdados da massificação da saúde. Outro ganho sensível será o desafogo à rede hospitalar pública de Fortaleza.

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