domingo, 21 de novembro de 2010

O G-20 e o Brasil de hoje - Delúbio Soares (*)



A participação marcante do Brasil no G-20, o fórum de discussões que reúne as vinte maiores economias do mundo, é um exemplo eloqüente do sucesso da política exterior do governo Lula e do prestígio que, ao longo dos últimos oito anos, nosso país adquiriu perante as demais Nações.
Credibilidade em suas ações, competência em suas posturas firmes e propostas corajosas são as linhas-mestras de uma política que trouxe ao Brasil um prestígio jamais alcançado por qualquer outro governo ao longo de nossa vida republicana. O Brasil não é mais um país periférico ou coadjuvante no cenário internacional. O Brasil fala alto e é ouvido pelo mundo.


A extraordinária transformação social e o avanço econômico alcançados pelo Brasil desde o início da gestão do presidente Lula em 2003, ao lado de uma política externa independente, visionária e conseqüente, serviu de sólida base para o novo papel desempenhado por nosso país nos mais altos foros internacionais. O Brasil não pede mais licença, não encarna papéis subalternos, não retira os seus sapatos nos aeroportos norte-americanos, como o chanceler do governo FHC, num dos capítulos mais tristonhos e deploráveis de nossa política externa. O Brasil se dá ao respeito e é respeitado.
Na reunião de Seul, onde compareceu acompanhado pela presidenta eleita Dilma Rousseff, o presidente Lula reafirmou nossos princípios no cenário internacional e sinalizou a continuidade da política de convivência harmônica com nossos parceiros comerciais. As declarações da presidenta Dilma, todas elas de acentuada profundidade e sobejo conhecimento econômico, serviram para reafirmar o que já sabíamos: teremos à frente dos destinos do país uma mulher competente e decidida, que nos orgulhou por sua postura altiva e evidente capacidade de trabalho e de formulação naquele importantíssimo encontro entre os países que comandam a economia mundial.
Tanto Lula quanto Dilma não deixaram dúvidas de que o Brasil tomará as medidas que julgar necessárias para que a chamada “guerra cambial”, onde China e os Estados Unidos notadamente se engalfinham, tenha o menor impacto possível em nossa economia. Vivemos um dos grandes momentos de nossa vida econômica e social, com mais de 30 milhões de brasileiros retirados da miséria e incorporados ao mercado consumidor, com melhores condições de vida e exercendo plenamente sua cidadania. Temos uma economia que dá sinais de vitalidade redobrada, sem a chaga do desemprego, contando com uma política de governo desenvolvimentista e uma indústria forte e competitiva. A sociedade brasileira dá mostras renovadas de resiliência em sua estrutura e de maturidade nunca dantes vista. Em verdade, o Brasil tem o que perder e está atento e zelando pelo muito que já conseguiu para tornar-se a oitava economia do mundo, após mais de uma década perdida sob a égide dos governos do PSDB. Não daremos um passo atrás, sequer.

Com vistas à preservação de uma economia sólida e ascendente, o presidente Lula pregou a necessidade de um entendimento maior entre as Nações que formam o G-20, evitando danos por conta da guerra cambial entre chineses e norte-americanos, com a desvalorização artificial de suas moedas. Relembrou, também, a necessidade de se retomar as negociações da “Rodada de Doha”, da Organização Mundial do Comércio, para que nenhum país “leve vantagem em cima dos outros”, nas palavras de nosso presidente.
Um dos pontos altos do governo Lula foi o seu protagonismo internacional, elevando o Brasil à posição privilegiada de partícipe respeitado no cenário da política e da economia mundiais. Foi uma conquista de grande importância histórica e de imensos ganhos para o país. Deixamos a periferia silenciosa e passamos ao seleto grupo dos que decidem os rumos e fazem a história acontecer. Longe vai o tempo em que éramos caudatários, colonizados e desprestigiados. E não pretendemos voltar atrás, perder o que conquistamos ou manter uma postura tímida e desimportante. Por obra e graça dos anos de Lula na presidência do Brasil, recuperamos o tempo perdido e alcançamos o lugar que nos era destinado historicamente.

A participação brasileira no encontro do G-20 pode ser resumida pela oportuna declaração de nosso presidente: “quanto mais comércio, quanto mais consumo, quanto mais produção, mais a roda da economia vai girar e mais o mundo vai crescer”.
(*) Delúbio Soares é professor

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