Travesti tem origem na língua francesa como uma variante da Burlesque (um gênero artístico) fortemente associada ao erotismo, onde mulheres se apresentavam com roupas pequenas e provocantes a partir do século XV. Outro termo semelhante, transvestite, de origem alemã, foi cunhado a partir dos estudos do sexologista alemão, Magnus Hirschfeld, que publicou a obra Die Transvestiten em 1925.Essa obra o termo transvestite descreve pessoas que se vestiam voluntariamente com roupas do sexo oposto. Modernamente, consultando dicionários, o termo travesti pode ser referir a artistas que se vestem com roupas do sexo oposto (incluindo mas não se limitando a transformistas e drag queens), pessoas que se vestem voluntariamente com roupas do sexo oposto (crossdressers, travestis,transexuais, eonistas) e mesmo pessoas que usam roupas do sexo oposto como disfarce. No jargão popular brasileiro, contudo, o termo travesti é amplamente associado a pessoas do sexo masculino que se vestem com roupas femininas e modificam o seu corpo para ter seios e glúteo femininos. Esses travestis são muitas vezes empurrados à prostituição por falta de oportunidades no mercado de trabalho formal, devido ao preconceito.
Termo eonismo ou eonista tem origem no agente secreto francês Chevalier d’Eon que durante muitos anos se fez passar por mulher. O sentido de disfarçar-se associado ao travestismo e eonismo (Éon+ismo) provavelmente deve-se a esse agente secreto. O termo travesti hoje em dia se refere principalmente à pessoa que apresenta sua identidade de gênero oposta ao sexo designado no nascimento, mas que não almeja se submeter à Cirurgia de Redesignação Sexual - CRS.
Travestilidade, enquanto transgeneridade, é uma condição identitária e não uma orientação sexual. Portanto, as pessoas que se autodenominam travestis podem se identificar como homossexuais,heterossexuais, bissexuais ou assexuais.
A palavra travesti é também utilizada (embora mais raramente) para identificar pessoas que vivem o seu género de forma oposta ao sexo designado no nascimento apenas em alguns períodos do seu dia-a-dia por diversas razões, algumas das quais não directamente relacionadas com identidade de género no seu sentido mais restrito, mas às suas profissões (como drag queens e transformistas). Apesar de no senso comum muitas vezes se considerar que as travestis pertencem a um contexto da sociedade moderna, amparada pela visilibidade recente, incluindo o início dos estudos pela sociedade ocidental no século XX, considera-se informações sobre culturas milenares onde há relatos de pessoas vivendo uma identidade de gênero diferente do sexo biológico. O Kama Sutra, escrito em datas que apontam para um período entre 1500 a.C. e 600 d.C., mencionam relações masculinas e femininas de pessoas do "terceiro sexo" (tritiya prakriti). Hijras, Eunucos e uma variedade de termos podem se referir a pessoas de outras culturas milenares que viveram e vivem entre a travestibilidade e transexualidade de acordo com os termos ocidentais.
Travesti - no sentido fisiológico o travesti é um homem, mas se relaciona com o mundo como se fosse uma mulher: seu corpo é moldado com formas femininas, socialmente exerce o papel da mulher, mas na intimidade usa às vezes seu pênis em suas relações sexuais, masturbando-se quando passiva o que é mais comum ou quando o mesmo exerce o papel sexual ativo. Também a casos de travestis que sentem prazer apenas com a penetração anal, sendo assim não necessitando masturbar-se. A principal característica que permeia esse universo é abrigar num corpo masculino, o espírito e a mente femininos e possuir ainda genitália masculina, que não lhe traz nenhum constrangimento. As travestis podem viver sua sexualidade, incorporando em um mesmo corpo físico e mental, o masculino e o feminino, forma dúbia que pode estar expressa na sua própria aparência.
Transexual - o indivíduo transexual tem como característica principal o desejo constante e intenso de modificar seu sexo genital. Entende-se que uma pessoa transexual possui a genitália de determinado sexo (masculino ou feminino), porém, sua psique (mente) é oposta a ele. Sendo assim, o transexual de homem para mulher é aquele que nasceu com a genitália masculina (pênis), mas sua psique é feminina. Ou seja, se de mulher para homem,temos uma pessoa que nasceu com a genitália feminina (vagina), mas sua psique é masculina, determinando que ela se perceba interna e externamente como um homem. As pessoas transexuais vivem grande parte de suas vidas (quando não toda ela) numa grande angústia interna, uma vez que têm a sensação de possuírem uma alma feminina ou masculina encarcerada num corpo físico oposto a tal realidade interna. Isso se traduz também numa angústia extrema, não compreendida cultural e socialmente, sendo muitas vezes até mesmo banalizada.
Portanto, a diferença entre travesti e transexual é identificada pelo fato de travesti não possuir a identidade sexual feminina, apesar de poder desempenhar papel sexual feminino. Um travesti se sente confortável com seu sexo genital e não expressa o desejo de alterá-lo. Por outro lado, uma mulher transexual possui a identidade sexual feminina, assim como a identidade de gênero e, portanto, na maioria dos casos, seu maior desejo é realizar a cirurgia de redesignação sexual, garantindo para si uma vida mais adequada, com maior conforto e felicidade. A travestilidade é interessante discorrer sobre a transexualidade. Esse termo surgiu na década de 1950 para designar uma pessoa que aspirasse realmente a viver no gênero anatomicamente contrário ao seu sexo biológico, independente do uso de hormônios e de mudanças cirúrgicas. Durante as décadas de 1960 e 1970, o termo "transexual" começou a seu usado para pessoas que, se acreditava então, viveriam melhor após uma cirurgia de redesignação de sexo, ao passo que o termo travesti passou a designar as pessoas que se identificam no sexo oposto, mas que não desejam a cirurgia. O termo "Síndrome de Disforia de Gênero" foi introduzido nessa época para designar a presença de um distúrbio de gênero; nessa linha foi introduzido o diagnóstico de transexualismo no DSM-III (Manual Diagnóstico e estatístico das Desordens Mentais) em 1980.
Em 1992, a Organização Mundial da Saúde removeu a homossexualidade da CID-10 (Classificação Internacional de Doenças), acontecendo o mesmo com o DSM-IV. No entendimento das teorias psicológicas modernas, travestis e transexuais, assim como os homossexuais, são dissociados dos distúrbios de desordem mental. Nesse ententimento, a travestibilidade e a transexualidade só podem ser entendidas como um transtorno mental se ela ocasionar um enorme sofrimento mental a essa pessoa. A travestibilidade (e também a transexualidade) permanece classficada na CID-10 pois em alguns casos são recomendados procedimentos médicos como tratamento hormonal e cirurgias plásticas estéticas que somente devem ser realizadas com acompanhamento médico.A prostituição entra no cotidiano de muitos transgêneros em virtude do preconceito e do estigma imputado pela sociedade, que não lhes abre as portas, em virtude da incompreensão à sua condição, e os marginaliza, restringindo-os a guetos e ignorando que eles têm as mesmas necessidades sociais dos outros cidadãos. Defensores dos direitos GLBT do Brasil estão sensíveis às dificuldades enfrentadas pelas travestis tanto na construção de uma cidadania que as aceite como no estudo e aconselhamento sobre os tratamentos hormonais e estéticos que elas almejam. Em audiência com o Ministro da Saúde José Gomes Temporão, realizada em 29 de janeiro de 2008, Dia da Visibilidade Travesti, foi entregue uma carta de reivindicações: entre elas estão a humanização do atendimento às travestis nos serviços de saúde públicos e a ampliação de pesquisas sobre uso de hormônios femininos nas travestis e as conseqüências para a saúde delas.
Fontes: Livros, Artigos, Jornais.
Não as olimpíadas, Não a Copa do Mundo. SIM A UMA POLITICA HABITACIONAL DIGNA.
São Paulo 10/04/10 Artigo XVI – Psicólogo Clínico Forense. www.sosdrogasealcool.org
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