quinta-feira, 3 de novembro de 2011

O MUNDO NA REDE


Delúbio Soares (*)
O mundo não está só globalizado: ele está em rede. Aliás, muitas redes. E elas tornaram o planeta muito menor e bastante melhor. Com o advento da internet, a rede mundial de computadores, experimentamos mudança radical em nossas vidas. Em todos os setores, do comércio à educação, dos serviços à saúde, do entretenimento aos esportes, percebemos a força dessa autêntica revolução que pulsa nas telas dos micros, dos notebooks, dos tablet’s, dos celulares, dos terminais.
A presença do computador em nossas vidas já se consolidara muitos anos antes. Mas, nos dias de hoje, ele já perdeu a imagem de verdadeiro tótem futurista, de máquina distante e fria. Foi por obra de quando as pessoas se aproximaram mais umas das outras, desacralizando o suposto mistério da tecnologia da informação e utilizando as redes sociais da internet para uma vida melhor, mais inteligente, e com mais qualidade em todos os sentidos.
Os indicadores mais recentes da utilização e acesso à rede mundial de computadores pelos brasileiros são impressionantes! Ao final do ano de 2010 cerca de 74 milhões de pessoas (com mais de 16 anos de idade) utilizavam a internet. Mais 3 milhões de brasileiros (com menos de 16 anos) engrossaram esse número altamente expressivo. Com 77 milhões de brasileiros – pouco menos da metade de nossa população total – acessando a rede mundial de computadores, o IAB (Interactive Adverstising Bureau), com base em pesquisas realizadas pelo IBOPE, pode sentenciar: “a internet é mídia de massa!”
O IAB é uma associação que existe em mais de 45 países cuja principal missão é desenvolver o mercado de mídia interativa. O IAB Brasil conta atualmente com cerca de cem filiados, entre sites e portais, empresas de tecnologia, agências e desenvolvedoras web, líderes em seu segmento no país. Portanto, não lhe faltam nem conhecimento nem autoridade na área. Melhor termômetro de nossa realidade na área da internet, impossível.
Quando o governo Lula se iniciava, em inícios de 2003, apenas 19,4 milhões de cidadãos de nosso país tinham acesso à internet. Um indicador tão ruim quanto os vergonhosos indicadores sociais (educação, saúde, habitação, qualidade de vida, etc…) herdados do governo de Fernando Henrique Cardoso e do PSDB/DEM. Com a política desenvolvimentista do governo do PT e dos partidos da base aliada, tendo a melhoria das condições de vida de nosso povo como principal preocupação, a cidadania digital foi implantada a passos largos (ou mais megas e terabytes!) e hoje formidáveis 81,07 milhões de brasileiras e brasileiros acessam regularmente a internet.
Da herança maldita dos tucanos, nós petistas realizamos a façanha de corresponder aos anseios de modernidade e comunicação de um país que cresce a cada dia e seu povo, agente principal das transformações profundas pelas quais o Brasil vem passando na última década. O computador nas mãos de todo e qualquer brasileiro significa a democratização do saber e da informação. O governo Lula exterminou uma odiosa situação: como herança renitente da década infame do tucanato, o acesso à internet era partilhado por 50,2% das classes A e B, e 49,8% dos internautas eram das classes C, D e E. Hoje, quando o computador está acessível aos brasileiros e já está incorporado à rotina de suas famílias, 52,8% dos acessos são de brasileiros das classes C, D e E, onde se localizam a classe média e os trabalhadores, e 47,2% são das classes A e B, os ricos e a classe média alta.
É um verdadeiro milagre, somente possível pela decisão política dos governos de Lula e de Dilma, a familiarização dos brasileiros com a internet, massificando a utilização de seus recursos e das redes sociais: Facebook, Twitter, Linked In, Orkut, etc… Causa calafrios aos nossos antecessores no governo a imagem deslumbrante de um aluno pobre de escola pública no Oiapoque, divisa do Amapá com a Guiana Francesa, acessando os maiores museus do Brasil e do mundo, poder visitá-los virtualmente e se informar sobre cada um deles, saltando do MASP na Avenida Paulista para o centenário e emblemático Museu do Louvre, no coração de Paris. Pois isso pode estar acontecendo milhares de vezes no exato momento em que você, amigo leitor, estiver lendo esse artigo e imaginando essa viagem fantástica empreendida pela eterna e imorredoura sede de saber do ser humano. Apesar do imenso esforço que certa parte de nossa elite dirigente – a parte mais reacionária e desumana – sempre fez para deter o poder através de expedientes condenáveis, da submissão intelectual e da incultura da maioria absoluta de nosso povo, a situação se inverteu claramente.
Hoje temos uma pequena elite que ainda não compreendeu o momento vivido pelo Brasil e o mundo, nem teve a mínima competência para decifrar os signos de um novo tempo que já chegou há quase uma década. Não poderia, portanto, decodificar, compreender ou aceitar a poderosa equação de que diante de meias verdades ou mentiras inteiras, da manipulação rasteira dos fatos, da desinformação a serviço de interesses inconfessáveis, os brasileiros estão utilizando a internet e as redes sociais para se informarem e conhecerem a verdade dos fatos, sem a tutela desonesta dos que mascaram a realidade, assassinam reputações, premiam e punem a seu bel-prazer e de acordo com suas conveniências políticas, ideológicas, econômicas ou, até mesmo, meramente pessoais.
Já há algum tempo lancei meu blog (www.delubio.com.br). Tem sido um espaço valioso para a difusão de idéias e sua discussão franca, sempre em nível elevado e com a participação espontânea dos internautas. Logo depois veio o Twitter (@delubiosoares), onde acompanho milhares de pessoas e por elas sou seguido, com a rapidez vertiginosa do bem-sucedido microblog, informando e debatendo em tempo real. Com minha chegada ao Facebook (www.facebook.com/delubiosoares) consolidou-se o processo de utilização das redes sociais, interagindo com brasileiros de todos os rincões. Cotidianamente, à luz do dia ou em plena madrugada, dialogo com brasileiros que sequer conheço pessoalmente, debatendo com franqueza e intercambiando impressões sobre os mais variados assuntos, numa experiência que tem agregado muito valor a meu trabalho como militante político e cidadão.
Minha experiência pessoal é o melhor testemunho que posso dar sobre a importância da rede. Faz poucas semanas difundi minha “Defesa ao Supremo Tribunal Federal”, brilhante trabalho dos respeitados juristas Arnaldo Malheiros e Celso Villardi e suas equipes. Tomei a iniciativa de divulgar o inteiro teor de uma peça jurídica muito bem fundamentada, composta por documentação farta e testemunhos eloqüentes. Esperava não só levá-la ao conhecimento dos milhões que navegam no mundo virtual, mas estimular a leitura e a avaliação dos brasileiros, partilhando dados, fatos e informações da maior importância e, quase sempre, não encontradas na mídia tradicional. O resultado não poderia ter sido mais auspicioso: iniciou-se debate transparente, fluído e sem preconceitos, onde colho as impressões e a opinião de cada internauta. Além disso, tenho divulgado meus artigos semanais, leituras que faço e partilho com todos, milhares de mensagens de apoio e solidariedade recebidas de norte à sul do Brasil.
Há muito a ser feito, ainda, em relação à internet em nosso país. Ela já se encontra disponível em nossas escolas, está gratuitamente nas ruas, praças e bairros de centenas de cidades, adquire importância singular e se torna quase insubstituível na vida das pessoas a cada dia que passa. Os governos petistas têm levado a sério a missão de democratizar a rede mundial de computadores, em benefício do povo brasileiro e do futuro de nosso país. O programa “Um computador por aluno” (UCA) redobra sua importância e defendo que cada professor receba, também, um tablet ou notebook para auxiliá-lo em sua sagrada missão de ensinar. A banda larga mais rápida e mais barata não é uma utopia, senão uma necessidade que o Brasil do futuro nos impõe e o governo Dilma persegue com sincera decisão político-administrativa.
O expressivo crescimento da utilização da rede, tanto no Brasil quanto em todos os países em desenvolvimento, é o indicativo seguro de que se estabelecem novos paradigmas. Todos eles muito bem-vindos: democracia na informação; nova ferramenta de desenvolvimento científico, educacional e econômico; veículo de crescimento social dos povos e Nações.
(*) Delúbio Soares é professor
www.delubio.com.br
www.twitter.com/delubiosoares
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