terça-feira, 23 de julho de 2013

morre aos 72 anos em São Paulo Cantor e compositor Dominguinhos


O músico estava internado no hospital desde janeiro. Segundo a família, no sábado ele deixou a UTI, mas retornou no domingo. E, lá, faleceu nesta terça-feira (23). Dominguinhos tinha 72 anos e há 6 lutava contra um câncer.

Em São Paulo, morreu nesta terça-feira (23), o músico Dominguinhos. Ele estava internado no hospital Sírio-Libanês desde janeiro.
O anúncio da morte do cantor e compositor Dominguinhos foi às 7h50 da noite. Segundo nota de falecimento, divulgada pelo hospital Sírio-Libanês, ele morreu às 6h00 da tarde em decorrência de complicações cardíacas e de infecções. Ele estava internado no hospital desde o dia 13 janeiro. Segundo a família, no sábado ele deixou a UTI, mas retornou no domingo. E, lá, faleceu nesta terça-feira (23). Dominguinhos tinha 72 anos e há 6 lutava contra um câncer no pulmão. A família pretende fazer o velório em São Paulo - ainda não decidiu o local. O enterro será em Recife.

Dominguinhos teve uma infância pobre, no interior de Pernambuco. Mas o talento enorme deu a ele reconhecimento, fama, e a oportunidade de se tornar um dos maiores compositores do forró.
José Domingos de Moraes, Dominguinhos, nasceu em Garanhuns, no agreste de Pernambuco. Filho de agricultores, fez da música uma esperança de melhores dias para a família.
                                                            
"Minha mãe ajeitou a sanfona no bisaco. E nós saímos pra feira. Chegou na feira ela disse: pode sentar e tocar. E aí, aquele chapeuzinho ali foi chovendo prata, foi chovendo prata. Quando deu fé ela fez uma feira maravilhosa e desse dia em diante nunca mais ninguém passou necessidade”, lembra Dominguinhos.
Foi tocando sanfona na porta de um hotel da cidade que conheceu aquele que viria a mudar sua vida. Luiz Gonzaga gostou do que ouviu e convidou Dominguinhos a se mudar para o Rio de Janeiro. Mas ele preferiu ficar em Pernambuco. Com os irmãos foi morar no Recife para estudar. Era o primeiro contato com a cidade grande.
"Eu cheguei aqui no Recife em 1948. Tinha o bonde naquele tempo. E tem uma coisa, me lembrei também: o mar. Olha, mas menino, quando eu vi o mar eu disse não acredito numa coisa dessa. Que rio grande, meu Jesus.”, conta Dominguinhos.
Depois aceitou o convite de Luiz Gonzaga. Com a família viajou de pau de arara para o Rio de Janeiro, em 1957. Em pouco tempo, começou a acompanhar o Rei do Baião em shows e gravação de discos. E aos 16 anos, um reconhecimento público, que o emocionaria por toda vida.
"O momento mais importante que eu senti na minha vida de músico com Gonzaga foi no momento em que ele me reconheceu, durante uma gravação, como  herdeiro artístico dele", disse Dominguinhos.
A ligação de Dominguinhos com Luiz Gonzaga sempre foi muito forte. quando vinha ao Recife fazia questão de visitar este memorial em homenagem ao Rei do Baião. Aqui, ele relembrava momentos marcantes da história do forró.
"Olha essa foto aqui. Que beleza. Seu Januário, Luiz Gonaga. Eu agora vou cantar a primeira que eu gravei com ele: ‘o candeeiro se apagou, o sanfoneiro cochilou, a sanfona não parou e o forró continuou’”, canta Dominguinhos.
A convivência com a conterrânea Anastácia, iniciada em 1967, marcou o início de uma nova fase na carreira de Dominguinhos. Nascia o compositor. Os dois formariam uma parceria que resultou em 210 músicas. ‘Eu só quero um xodó’, gravada por Gilberto Gil, virou um clássico do forró.
A versatilidade de Dominguinhos podia surpreender: Ele se apresentou como convidado no especial do Rei Roberto Carlos em dezembro de 1998.
No último show que fez, no centenário de Luiz Gonzaga, em Exu, Dominguinhos não esqueceu o povo que sempre o aplaudiu. Pediu chuva para o sertão. "A seca tá muito grande, acabando com tudo. E não vai demorar muito a água vai bater por aqui", falou Dominguinhos.
E incluiu em um show de forró uma valsa, como se quisesse dizer adeus ao público.

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