quarta-feira, 13 de outubro de 2010

REELEIÇÃO PT deverá presidir a Câmara dos Deputados, e PMDB o Senado


Publicada em 05/10/2010 às 00h07m

Isabel Braga e Regina Alvarez

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BRASÍLIA - Além de mais governista e com um índice de renovação menor do que a média, a Câmara que tomará posse em 2011 assume sem a presença de muitos parlamentares de projeção e que eram eleitos com o chamado voto de opinião. O PT sai das urnas com a maior bancada, totalizando 88 deputados, e o PMDB, em segundo, com 79, o que reforça o sonho petista de presidir a Câmara, já que o PMDB deverá presidir o Senado. Os três principais partidos de oposição tiveram suas bancadas reduzidas, com o PSDB elegendo 53 deputados, seis a menos do que a bancada atual e 13 a menos do que os eleitos em 2006. (Veja o mapa da composição do Congresso)

A renovação de deputados foi de 44,6% - 55% dos atuais foram reeleitos - e entre os novatos estão os mais votados, como Tiririca (PR), com 1.353.820 votos, e Gabriel Chalita (PSB), com 560.022 votos, ambos eleitos por São Paulo. Outro campeão de voto é o ex-governador do Rio Anthony Garotinho (PR), com 694.862 votos, que concorreu com o registro eleitoral sub judice e depende de decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para validar sua eleição.

(Confira a lista de deputados federais e estaduais eleitos pelo Rio)

(Confira a lista dos deputados federais eleitos em São Paulo)

Com a eleição de 88 deputados, o PT consegue uma bancada com quatro parlamentares a mais do que em 2006, e nove a mais, em relação à bancada atual. O PMDB elegeu 11 deputados a menos que os atuais (90). PR e PSB foram os dois partidos que mais cresceram proporcionalmente, em relação a 2006. O PR, à época ainda PL, elegeu 23 deputados na eleição passada e, no último domingo, saiu das urnas com 41 representantes, mesmo número da bancada atual. Já o PSB, elegeu 27 em 2006, está com os mesmos 27. A nova bancada terá 34.

Base aliada elege 383 deputados

Na eleição deste ano, a base aliada de Lula na Casa elegeu 383 deputados, incluindo os 15 do PV - no Congresso o PV está alinhado com o governo. Os que apoiam o tucano José Serra nesta eleição somaram 125. Há ainda os três deputados do PSOL e dois do PRTB, considerados independentes. Muitos votos governistas estão dispersos em partidos nanicos que, antes, não tinham representação na Câmara, como o PRP com dois representantes.

O DEM teve sua bancada reduzida dos atuais 56 deputados para 43, bem distante dos 65 eleitos em 2006. O PPS, outra sigla de oposição, ficou com 12 deputados, uma bancada menor que as de PCdoB e PV, cada um com 15 parlamentares. As bancadas podem ser alteradas porque muitos deputados enquadrados na Lei da Ficha Limpa, como o puxador de votos Paulo Maluf (PP-SP), estão com recursos pendentes no TSE e aguardam a definição da Justiça.

Embora capitaneados pela candidata à Presidência Marina Silva, os candidatos do PV não conseguiram surfar na mesma onda Em 2006, o partido elegeu 13 deputados, estava agora com 14 e sai das urnas com 15. Outro fato interessante se deu em relação à bancada feminina: a despeito da minirreforma eleitoral, que tornou mais rigoroso o cumprimento da cota de 30% de candidatas do sexo feminino, e do fato de o Brasil ter duas candidatas à Presidência, que obtiveram quase 70% do eleitorado, a bancada na Câmara encolheu. Em 2006, foram eleitas 45 deputadas; nesta eleição, 44.

A média de idade na Câmara é de 51 anos, com a maior parte dos deputados (274) entre 45 e 59. Dos 513 deputados, 401 declararam ter grau de instrução superior completo, e a grande $(268) diz que sua profissão é ser deputado.

A divulgação pelo TSE dos votos de candidatos enquadrados na Lei da Ficha Limpa provocou uma dança de cadeiras nas bancadas no Senado; porém, a confirmação dessas candidaturas não muda o quadro de ampla maioria da base de apoio ao presidente Lula. Incluindo os quatro vetados pela Ficha Limpa, a base conta com 54 dos 81 senadores e pode ser ainda ampliada, em caso de vitória da candidata à Presidência Dilma Rousseff no segundo turno.

- A Dilma tem que constituir uma nova base (maior ainda) para governar - disse ontem o senador Francisco Dornelles (RJ), presidente do PP, que viu seu partido pular de um para cinco senadores na eleição de domingo.

Aliado da candidata petista, Dornelles diz acreditar que Dilma não terá dificuldades para atrair novos aliados em caso de vitória. Pelo cálculo atual, a oposição ficou com 23 cadeiras no Senado; outros quatro senadores eleitos são considerados independentes. Constam da bancada da oposição dois senadores que são de partidos da base: Jarbas Vasconcellos (PMDB-PE) e Mozarildo Cavalcanti (PTB-RO). Os considerados independentes são Cristovam Buarque (PDT-DF), Ana Amélia Lemos (PP-RS), Pedro Simon (PMDB-RS) e Luiz Henrique (PMDB-SC).

Seja qual for o destino dos senadores enquadrados na Lei da Ficha Limpa, o PMDB continuará, em 2011, com a maior bancada: 20 senadores, pelo critério atual.

Em segundo lugar está a bancada do PT, que ficou com 14 senadores. O PSDB terá uma bancada de 11 senadores, o DEM ficou com seis - tem 13 na atual legislatura. O PTB tem sete e cairá para seis, o PSB tem três e passará para quatro, o PR continuará com quatro, e o PDT, que tinha seis, passa a ter também quatro.

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