Análise do cientista político Carlos Melo
30 de outubro de 2010 | 15h 40
O Estado de S.Paulo
Um processo longo e entediante: dez encontros, dois turnos. Candidatos que pouco inovaram, abordando questões de forma superficial. O debate da Rede Globo, último e mais importante em razão da grande audiência, não destoou disto, agravado pelo modelo que inibe o confronto direto e o contraditório. Foi um pouco "água de batata", morno e insípido.
Em toda a campanha, chama atenção o quase nada que se falou de economia e o nada a respeito do sistema político, disfuncional e arcaico. Foi uma eleição despolitizada, protagonizada por candidatos de perfil técnico e igualmente despolitizados que talvez tenham preferido não tocar em temas com poder de agitar, de verdade, a eleição. Relevou-se o "que fazer" e o "como" fazer. Quem não se sentia esclarecido, continua na mesma.
Mas, ao contrário do que se apostava há alguns meses, Dilma não cometeu deslize comprometedor. Por novata, saiu-se bem: decepcionou adversários e surpreendeu aliados. A Serra caberia derrotá-la de modo cabal, ao menos neste último encontro. Por mais uma vez, apenas empatou. Nesta altura do campeonato, para Dilma empate é goleada.
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