Pau da Bandeira será patrimônio
A Festa do Pau da Bandeira, que dá início às comemorações do padroeiro do município de Barbalha, na Região do Cariri, é realizada anualmente, no último domingo do mês de maio. Anualmente a festa reúne milhares de pessoas nas ruas da cidade.
Até o fim do próximo mês, a Festa do Pau da Bandeira de Santo Antônio, em Barbalha, na Região do Cariri deverá se tornar patrimônio imaterial nacional. A deliberação depende apenas de uma parecer de membros da Câmara do Patrimônio Imaterial que realiza uma análise técnica. A festa do padroeiro de Barbalha é uma das mais tradicionais do Ceará e reúne milhares de fiéis do Ceará e de estados vizinhos. Este ano, o público estimado foi de mais de 300 mil pessoas.
O superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) no Ceará, Alexandre José Martins Jacó, confirmou ao O POVO que o estudo do processo está bem adiantado e que, para a festa ter o registro como patrimônio imaterial nacional tem de passar pelo Conselho Consultivo do Instituto, com sede em Brasília.
Ele lembra que, este ano, o carregamento do pau da bandeira, que abre as homenagens ao padroeiro da cidade, foi documentado pelo cineasta Rosmberg Cariry. O evento foi realizado no dia 30 de maio passado e sempre ocorre no último domingo daquele mês ou no primeiro domingo de junho.
Este ano, cerca de 150 homens que vivem no município (principalmente marchantes que trabalham no mercado municipal), transportaram um tronco de copaíba de
Ritual
Esse ritual ocorre desde 1928, mas a festa já é centenária. Primeiro a comissão encarregada da festa vai até o sítio para o corte do tronco da árvore. Por alguns dias, o pau fica no meio da floresta para secar. No dia do carregamento, os homens se dirigem, pela manhã, ao sítio, enquanto, na praça da igreja matriz, ocorre o desfile de grupos folclóricos da região do Cariri e também são armadas barracas para a venda de comidas e bebidas típicas.
Os festejos do padroeiro de Barbalha, que terminam no dia 13 de junho, data dedicada a Santo Antônio de Pádua, reúnem o religioso e o profano. Durante o carregamento do pau da bandeira, nos ombros, os homens fazem paradas no trajeto e consomem bebida alcoólica. Chamam de “cachaça do senhor vigário”.
Lasquinhas mágicas
As ruas de Barbalha se enchem de pessoas à espera da passagem do pau da bandeira e as jovens que querem casar esperam a derrubada do tronco (nas paradas dos carregadores) para sentaram no tronco, tirarem uma lasquinha ou escreverem o nome na esperança de arranjarem um noivo.
No mastro da bandeira de Santo Antônio podem ser encontrados dezenas de nomes e pedidos ao santo. Muitas mulheres fazem chás das lascas que tiram do tronco. Além da trezena (13 noites de orações na igreja matriz), são promovidos também shows musicais com artistas e grupos regionais e nacionais, pela prefeitura do município.
E-Mais
Patrimônio Cultural Imaterial é definido pela Unesco como “as práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas - junto com os instrumentos, objetos, artefatos e lugares culturais a eles associados - que as comunidades, os grupos e, em alguns casos, os indivíduos reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural.”
Os bens culturais de natureza imaterial estariam incluídos nas seguintes categorias: Saberes - conhecimentos e modos de fazer enraizados no cotidiano das comunidades; Formas de expressão - manifestações literárias, musicais, plásticas, cênicas e lúdicas; Celebrações - rituais e festas que marcam a vivência coletiva do trabalho, da religiosidade, do entretenimento e de outras práticas da vida social; Lugares - mercados, feiras, santuários, praças e demais espaços onde se concentram e se reproduzem práticas culturais coletivas.
O Patrimônio Imaterial é transmitido de geração em geração e constantemente
Os festejos do padroeiro de Barbalha, que terminam no dia 13 de junho, data dedicada a Santo Antônio de Pádua, reúnem o religioso e o profano. Durante o carregamento do pau da bandeira, nos ombros, os homens fazem paradas no trajeto e consomem bebida alcoólica. Chamam de “cachaça do senhor vigário”.
FONTE; JORNAL O POVO
Tânia Peixoto
"O tempo é o meu lugar, o tempo é minha casa."
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