Ex-ditador falou pela primeira vez sobre a doença que o afastou do poder e diz que chegou apesar 66 quilos
FOTO: ALEX CASTRO/REUTERS
31/8/2010
Havana. O ex-ditador cubano Fidel Castro, 84 anos, afirmou que chegou a “perder a vontade de viver”, mas que hoje se sente “ressuscitado” ecom“muita coisa para fazer”. Fidel concedeu uma rara entrevista ao diário mexicano “La Jornada ” qual falou sobre a enfermidade que o afastou do poder em 2006.
“Cheguei a estar morto. Já não desejava viver. Me perguntei várias vezes se essa gente (seus médicos) iria me deixar viver nessas condições ou iria deixar que eu morresse. Depois, sobrevivi,mas em condições físicas muito ruins”, afirmou.
Fidel nunca revelou qual foi a enfermidade intestinal que o obrigou a transferir o poder ao irmão Raúl Castro em 31 de julho de 2006, o que classificou no ano passado como um segredo de Estado. “Ressuscitei em um mundo de loucos”, disse.
O comunista, que mede mais de 1,90m, revelou que, após a doença, chegou a pesar 66 quilos. Para ilustrar sua recuperação disse que hoje pesa 86 quilos e caminha diariamente 600 passos sem apoio.
“Não quero estar ausente estes dias. O mundo está na fase mais interessante e perigosa de sua existência e estou bastante comprometido com o que vai acontecer. Tenho coisas a fazer”, afirmou.
Depois da melhora de seu estado de saúde, o ex-líder disse que começou “a ver bem claro os problemas da tirania mundial crescente”, entre os quais a “iminência de um ataque nuclear que provocaria a conflagração mundial”.
Fidel permanece à margem da política doméstica, a cargo do irmão Raúl, general que o sucedeu formalmente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário