segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Mombaça Cidade do Mel e berço de Josina Alves Vieira / O Começo - Por Iris Pereira

Um amigo postou um texto falando da cidade de Mombaça no Ceará. Ele afirmou que esta cidade é a princesa do mel. Fiquei com aquilo na cabeça e não conseguia esquecer. Ai fui tentar até lembrar, minha mãe nasceu em Mombaça, dei um grito pra mim mesma, como sou distraída! Nem sei minhas origens, às vezes não damos menor importância pra estas coisas de antepassados, mas hoje vejo com muito orgulho que cada vez descubro mais que minha verdadeira origem é de fato cearense.
Em um sitio das redondezas moravam João Vieira do Nascimento e sua esposa Águida Alves Vieira e deles nasceram 10 filhos, sendo cinco ( 5 ) do sexo masculino e cinco ( 5 ) do sexo feminino. Seus nomes me lembro bem e de algumas feições também:
Luis Alves Vieira- Morava em Iguatu era casado com mocinha ( assim que a chamavam); Lourival Alves Viera- Morava em Iguatu; Antonio Alves Vieira- Morava em Iguatu; Anécio Alves Vieira- Morava em Prado- Iguatu ( Seu nome verdadeiro é outro ) Casado com Véia, esse era seu apelido; Cícero Alves Vieira- Morava em Fortaleza, era casado e tinha filhos que os nomes não me lembro.
Destes tios eu me lembro bem de cada fisionomia, e de alguns detalhes, o tio Louro era barbeiro no centro de Iguatu e tinha quatro filhos. Uma de suas filhas a Selma casou-se com um locutor de rádio. Tinha Lucia, Francisco e o mais velho e a mais nova não lembro o nome.
Tio Anécio era funcionário do governo federal sendo da área da agricultura; Rosa- a mais velha; Madalena; Audenora- morava em Fortaleza no bairro do Jacarecanga, essa teve um filho que mora no Crato e seu apelido é Pingo; Josina - Casou com Manoel Pereira de Souza viúvo pai de duas filhas: Hilda que sempre morou em Icó e era casada com Afonso da sanfona e eles tiveram dois filhos, a Leny Moura Pereira e Francisco Pereira ( Tico da banda); Mundeza- que também tem outro nome, morou um tempo em Juazeiro do Norte e era casada com um sapateiro de nome Zé Miguel, não tiveram nenhum filho.
Meu avô morreu quando eu nem tinha nascido e minha avó casou novamente com um dos seus cunhados que também a deixou viúva e só faleceu em 1967. Lembro que minha mãe teve que ir até o Iguatú para passar a parte dela nos terrenos em Mombaça pro Irmão mais velho o Tio Luiz.
O pouco que eu sei espero ser valioso pra quem quiser me ajudar descobrir noticia de algum desses meus parentes.
Minha mãe falava muitos em seus parentes, mas não guardei seus nomes, contava muitos causos, que guardei como lembranças que às vezes conto pros meus filhos e juntos damos risadas, minha mãe era muito linda e doce, não podia ser diferente pois nasceu lá em Mombaça a princesa do mel.
Esta é mais uma pequena historia de minha vida, sendo agora dirigida à minha mãe querida que faleceu aos 78 anos, linda e muito ativa, gostava de dançar e não perdia o baile do final de semana, dançava até o baile acabar. Morreu como sempre pediu pra Deus, sem nenhum trabalho, foi dormir e acordou nos braços do criador. Sinto dela muita saudade, pois foi mulher determinada e forte, deixou dos vícios pelos filhos pra ser um bom exemplo. Josina Alves Vieira que foi casada com Raimundo Correia Lima do Juá dos Correias.
Iris

O COMEÇO

Nem sei de fato se conseguirei repassar tudo que ouvi de minha mãe sobre sua historia, eu sempre fui boa ouvinte e muito apegada a ela, enquanto ela estava realizando uma tarefa caseira eu lá estava pedindo para contar-me algo do seu passado. Ela gostava de falar, falava horas a fio, nem sempre eu entendia tudo, mas ficava atento a tudo.
Morador de Acopiara o jovem agricultor João Vieira do Nascimento conhecera, em um outro sítio pelas redondezas uma jovem por nome Águida Alves muito jovem ainda nem se deu conta dos olhares do João para ela, mas o João insistiu em trabalhar uns dias pra ajudar na colheita do milho, como de costume os agricultores faziam essa troca de favores, neste poucos dias então aproveitou-se o João e pediu em namoro a àguida que muito tímida mandou-o falar com seu pai. Deu tudo certo, arrumarão o casamento pra depois da colheita e a levaria pra Acopiara. Foi um casamento com a presença de irmãos e parentes dos noivos. Como presente de casamento o pai da Noiva deu um pedaço de terra em Mombaça, para eles começarem a vida com mais facilidades. Trabalhador e muito esperto o João progrediu não só nas lavouras como também nas criações de animais e de filhos, tiveram 10 ( dez ) filhos sendo 5 ( cinco ) mulheres e 5 ( cinco ) homens, aos homens ensinou-lhes a lidar com a lavoura e às mulheres as preparavam para serem boas esposas e donas de casa.

A mais velha das meninas Rosa Alves Vieira casou-se com 14 anos e fora viver em Iguatú. A Madalena Alves Vieira casou com um boiadeiro aventureiro e não tinha morada certa. Aldenora uma moça bonita e rebelde não se conformava com a vida de escravidão, foi visitar a irmã em Iguatu e de lá foi pra Fortaleza, juntou -se com um malandro que fez-lhe um filho e logo em seguida foi preso, mas ao ser transportado de trem para outra cidade pulou e quebrou o pescoço deixando a viúva com um filho que logo viu que não daria conta de criá-lo e o entregou pra uma generosa senhora que o levou pra morar no Crato e o registrou como filho. Audenora Alves Vieira montou um cabaré na praia de Mercejana em Fortaleza, deu-se bem, pelo menos simpática e bonita teve sorte com o negocio e conseguiu tornar-se independente, se é que vender o corpo é ser independente, mas pelo menos ajudou a criar alguns sobrinhos. Josina Alves Vieira a penúltima filha, muito bonita aos 13 anos apaixonou por um pião de nome Francisco, ao falar nele seus olhos sempre se enchiam de lágrimas e sua emoção era evidente e comovente. Seu pai dizia ter mais preferência por ela e não queria perdê-la tão cedo então não permitiu o namoro, passando a vigiá-la constantemente. O Chico tinha uma aliada que era a tia Cabrinha, irmã do meu avô, vendo que era um amor muito bonito ajudou os namorados, combinaram tudo, ele compraria o vestido de noiva e a noite a levaria pra casa da tia cabrinha que pediria ajuda aos pais da Josina pra ela matar um porco, assim foi, a noite o Chico pegou a Josina montou a na garupa do seu cavalo e a levou pra outra cidade ali por perto, pela manhã foram à igreja onde alguns amigos dele já os aguardava, mas o padre não fez o casamento porque não tinha ninguém responsável pela moça e naquela confusão chega o irmão mais velho luis Alves Viera que desconfiado foi atrás da irmã. Levou a de volta pra casa onde viveu muito tempo chorando olhando o vestido e um espelho que o Chico deu-lhe de presente e disse-lhe não verá sua imagem neste espelho serei eu que sempre te acompanharei.
Mas como tudo na vida segue enfrente, minha mãe tinha que cuidar da irmã mais nova a Mundeza Alves Vieira e nas tarefas de casa.
Em mombaça chegou o projeto de irrigação e ferroviária, a cidade virou um alvoroço. Minha mãe conheceu Manoel Pereira de Souza um viuvo com 40 anos e duas filhas, Hilda Pereira e Soledade Pereira , uma das duas na mesma idade que a Josina. O viuvo viu muitas expectativas nesta menina , meteu os peitos e a pediu em casamento, seu pai de imediato concedeu, viu que a filha teria futuro garantido, afinal o homem era chefe de bombas, ele entendia bem do negocio, era funcionário da SUDENE. Casaram e foram morar em Iguatu, sem moradia certa pois o ceará precisava crescer e dar confiança aos eleitores e nisto os trabalhos se estendiam por todo Ceará.
Josina foi tendo um filho de 10 em 10 meses e em cada lugar mais extranho que o outro, finalmente chegou em um lugar que finalmente parecia ser um lugar bom, o Crato. Lá morou na cidade teve outro filho Auderico, quando foi mandada para o sítio malhada dos Britos pois lá seria construído um açude e logo foi arranjado uma casinha de taipa para o casal e seus 5 filhos, Adauto, Francisca Maria, Maria Zilda e Auderico, logo nasceu outro macho o João que morreu com alguns dias de vida e neste mesmo período veio a tal de varíola levando a Francisca e a Maria Zilda, ficando apenas o Adauto e o Auderico.
A coisa não andava boa pro lado do manoel, ele sentia fortes dores nas pernas e já usava uma bengala, a qual não lhe tirava a elegancia, pois este só se vestia de terno de linho branco muito bem passado, bem passado mas amarrotado depois de suas várias pingas no boteco do Lunga, dair as coisas foram piorando, ele já não trabalhava mais, passava a maior parte do tempo deitado em uma rede e bebendo, mas a Josina que cada dia se formava mais bonita e fogosa dava seus pulos, ia pros forrós, bebia , dançava e outras coisitas mas, que ela era de carne e osso e muita beleza. E nessa folia toda nasce a Maria Írismar, 1951, abril, segunda feira braba, as 15 horas, pelas mãos da parteira mãe Branca, essa teve uma sorte passou por tudo que era doença, até curuba, mas escapou, tanto era a vontade de um certo rapaz ser seu pai e de longe cuidava dela, pois o Manoel só afundava cada dia mais e foi adoecendo de verdade, porém tinha a proteção de um chefe e compadre sendo padrinho junto com sua esposa Mundinha, eles estimavam muito a Josina que era uma mulher muito trabalhadora e amiga das pessoas.
Nasceu outro menino que recebe o nome de João, para homenagear o outro que morrera. Quando completa seis meses de vida o João perde o pai, morre o Manoel de moléstia do fígado, é isto que se ler no seu atestado de óbito. Ficou viúva a Josina, mas não demorou muito somente seis meses e torna a se casar, desta vez com um rapaz mais novo que ela 10 anos, Raimundo Correia Lima, um rapaz de família tradicional e bem de vida, de começo já virou confusão, primeiro por ser viúva com 5 filhos, depois pela fama que tinha de ser alegre demais...fogosa demais...enfim os boatos correram soltos pelos juás, Ponta da Serra e a briga foi feia, mas o Raimundo apesar de ser jovem, enfrentou os pais José Paulino Correia e Josefina Correia Lima e foi morar com a viúva e seus 4 filhos pois o mais velho. o Adauto. não aceitou o casamento e foi morar em Fortaleza com a tia Aldenora.
Pelo fato das confusões serem constante entre a família, o Meu padrasto resolveu ir para o Crato, achava que lá ele teria mais oportunidades de trabalhar e nos colocar pra estudar.
Fomos então morar na rua do posto em Crato, onde começa uma nova historia, a da infância de idas e vindas da Írismar, de traumas, choros, brigas, bebedeiras, desafios pra uma menina enfrentar sem se deixar perder na própria perdição da mãe, contando com ajuda do irmão e amigo Auderico, que sempre foi um menino ajuizado, calmo e responsável.
Bem este foi o começo, em seguida foi o Pai Biológico, já postado e conhecido, em seguida, recentemente escrevi um texto dando mais detalhes e esclarecimento do texto Pai Biológico.
Irismar Pereira de Souza ( Íris )

6 comentários:

israel batista disse...

é esse amigo que postou o texto falando em mombaça princesa do mel foi eu esses textos escrito por iris é muito gostoso de ler eu adoro abraços visite meu blog www.blogdoisraelbatista.blogspot.com

Arcoiris No Horizonte disse...

É verdade o meu poeta, que de fato foi o primeiro a me incentivar escrever, o Israel. Este foi por quase um ano o meu melhor amigo e só nos afastamos por questões sem grande proporção.
Devo muito ao Israel Obrigado amigo por acompanhar sempre meus textos.
Um abraço
Miris

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

ola sou Luciano Vieira neto de Cicero Alves Vieira hoje com 96 anos e muito lucido falou sobre seus irmaos no qual citou Josina Alves Vieira onde imediatamente encontrei esse blog na internet desejamos aciosamente noticias meu numero e 85-87337071

Anônimo disse...

Sou Mombacense com Orgulho!!!!!

Anônimo disse...

Sou Mombacense com Orgulho!!!!!