Crossdresser: pessoa que às vezes usa ou se produz com roupas e acessórios tidos como do "sexo oposto" ao seu "sexo biológico".
Cd:diminutivo de crossdresser.
"Se montar"/ "se vestir de mulher": ato ou processo de travestir-se, (trans)vestir-se ou produzir-se com roupas "do outro sexo".
Estar en femme: estar montada.
S/O (Supportive Opposite): pessoa do sexo oposto da cd que a aceita e apoia nesta prática. Podem ser uma amiga, namorada, esposa, irmã, etc. É comum que as S/O's sejam esposas ou namoradas. De qualquer modo, nem toda cd tem uma S/O.
Homens vestidos de mulher estão presentes o bastante tempo na literatura, filmes, conversas, piadas e momentos da vida social, como as festas à fantasia ou o carnaval. De modo geral, essas pessoas são representadas nesses espaços através de uma certa veia cômica, através do prisma do risível.
Quantas pessoas vivem dessa maneira? Na tese de Eliane Kogut cita-se uma estatística do início dos anos 90, segundo a qual algo entre 0,5% e 3% da população seria composta de crossdressers e travestis. O intervalo é grande – e os porcentuais provavelmente não significam nada. Sabe-se que o BCC reúne no Brasil cerca de 350 associados, mas isso também não diz muito. Julga-se, ou melhor, suspeita-se que a maioria dos CDs é casada. Nos Estados Unidos, a mais antiga associação mundial de crossdressers, fundada em 1976 com o nome de Tri-Ess International (ou Sociedade para o Segundo Eu), promove festas anuais gigantescas, mas a organização não informa quantos associados tem.faltam estatísticas, existe alguma história. O imperador romano Heliogábalo, que reinou brevemente no século III, vestia-se de mulher publicamente. Chegou a encenar um defloramento ao se casar com um escravo. Foi morto por seus soldados. O Chevalier d’Eon é outra figura famosa no panteão da ambigüidade. Viveu no século XVIII na corte francesa, como nobre e diplomata. Fugiu para a Inglaterra depois da revolução de 1789 e lá morreu sem que se soubesse exatamente a que gênero pertencia. Houve apostas na Bolsa de Londres que terminaram com a autópsia: era homem. Recentemente, foi publicada nos Estados Unidos a biografia de Gregory Hemingway, filho de Ernest, escritor tido como o mais durão do século XX. No livro, escrito por John Hemingway (neto de Ernest), descobre-se que Gregory, além de bipolar e autodestrutivo, tinha um problema insolúvel de identidade de gênero: o mesmo homem que caçava elefantes na África e se atirava sobre as mulheres em toda parte freqüentava os bares do Estado de Montana vestido de mulher. Teve quatro casamentos, os dois últimos em meio a intensas transformações cirúrgicas que fizeram dele (quase) uma senhora.
É frequente existir na opinião popular a identificação da actividade de um homem que se veste como mulher como sendo uma atitude homossexual. No entanto, esta descrição não é exata, já que a homossexualidade tende a manifestar-se como atração física, emocional e estética por outro indivíduo do mesmo sexo. A atracção por um indivíduo que manifesta atributos externos do sexo oposto sugere a necessidade de uma classificação diferente.
Segundo as teorias de Blanchard, Bailey, e Lawrence, que são, no entanto, bastante contoversas, dever-se-ia dividir a população crossdresser em diversas subcategorias, dependendo fundamentalmente da motivação que leva um indivíduo a vestir-se e a comportar-se como um indivíduo do sexo (físico) oposto e a identificar-se com um género que não é anatomicamente aquele com que nasceu
Uma classe de crossdressers apenas enverga roupa tradicionalmente associada ao sexo oposto como forma de obter satisfação sexual com um parceiro que tenha um desejo compatível (ou seja, o parceiro deverá ter o desejo de obter prazer sexual por estar com alguém que se veste e se comporta como um indivíduo do sexo oposto).
Crossdressing é um termo que se refere a pessoas que vestem roupa ou usam objectos associados ao sexo oposto, por qualquer uma de muitas razões, desde vivenciar uma faceta feminina (para os homens), masculina (para as mulheres), motivos profissionais, para obter gratificação sexual, ou outras. O crossdressing (ou travestismo, no Português Europeu, e frequentemente abreviado para "CD"), não está relacionado com a orientação sexual, e um crossdresser pode ser heterossexual, homossexual, bissexual ou assexual. O crossdressing também não está relacionado com a transsexualidade.
Os crossdressers tipicamente não modificam o seu corpo, através da terapia hormonal ou cirurgias, mas tal acontece nalguns casos, como o de Stu Rasmussen, político americano e presidente da câmara municipal da cidade de Oregon.
Os transformistas fazem parte da população crossdresser, mas a sua motivação está relacionada apenas com motivos profissionais, como espectáculos de transformismo. A expressão "drag-queen" (de DRAG, "DRessed As a Girl"), em inglês, é equivalente a transformista, mas quando utilizada no português, por vezes refere-se aos crossdressers com um visual mais exageradamente feminino.
Popularmente, as formas de crossdressin
g mais vis
í
v
eis ao p
ú
b
lico em geral est
ã
o
relacionadas com o
transvestismo
ou com as drag queens — no primeiro caso, como forma de espectáculo; no segundo, mais como uma atitude de chocar um grupo social pouco tolerante a comportamentos tradicionalmente associados ao género oposto. A noção de transvestismo enquanto forma de espectáculo nem sempre é clara para o público em geral; tradicionalmente, actores heterossexuais sem qualquer inclinação real para o crossdressing assumem papéis femininos apenas com o intuito de divertir a audiência; historicamente, dado que só relativamente recentemente é que actores femininos podiam pisar os palcos, o crossdressing enquanto forma de espectáculo faz parte da cultura ocidental. No entanto é plausível assumir que muitos travestis sejam mais do que meros actores, mas verdadeiros crossdressers. Drag queens, dado terem pouco interesse em fazerem-se passar por mulheres assumindo comportamentos deliberadamente exagerados e apresentando imagens deliberadamente distorcidas do comportamento feminino, podem muitas vêzes serem crossdressers fetichistas, correlacionando o seu comportamento com um desejo sexual (normalmente homossexual). Estas nuances escapam em geral ao público pouco informado sobre as diversas gradações de comportamento transgénero, muitas vezes origem de preconceito e discriminação. O outro extremo encontra-se na potencialidade de encarar estas formas de parafilia
dignas de tratamento médico, sendo no entanto importante de referir que o crossdressing não é possível de ser "curado" — não se trata de uma perturbação mental, mas de uma característica da personalidade que é inata — mas apenas minimizado o problema do sofrimento do indivíduo enquanto crossdresser incapaz de ser aceite por uma sociedade intolerante.
Não Ao Ato Médico –
SIM A EMANCIPAÇÃO DA PONTA DA SERRA
São Paulo 27/03/10 Artigo XII
–
www.sosdrogasealcool.org
Nenhum comentário:
Postar um comentário