CARIRI
Seja como padres ou atuando em outras profissões, os ex-alunos preservam a formação humanista do Seminário
Crato - A partir de hoje, os portões do velho casarão do Seminário São José, construído em 1875, abrem-se para receber os ex-seminaristas que ali estudaram ao longo de 135 anos. "É um encontro de saudade, emoção e confraternização", define o professor João Teófilo Pierre, coordenador da programação.
Os adolescentes do passado, que enfrentavam a rigorosa disciplina para a formação de sacerdotes, voltam ao seminário de cabelos brancos, para rever o lugar onde trilharam os primeiros passos no caminho do saber.
É com este sentimento de gratidão que os ex-alunos chegam de todos os pontos do Brasil. São juizes, promotores, desembargadores, médicos, advogados, jornalistas e alguns padres que tiveram que, por vocação, resistirem ao fascínio da vida mundana.
De acordo com a coordenação do encontro, até o meio-dia de ontem foram inscritos quase 400 ex-seminaristas. A estimativa é de que participarão do encontro mais de
Mais do que uma escola eclesiástica, o Seminário São José é um pujante centro cultural que durante mais de um século atraiu jovens do Ceará e de Estados vizinhos. Também foi o primeiro estabelecimento de ensino religioso e superior do interior do Nordeste.
Aqueles que não foram ordenados fizeram de suas profissões um verdadeiro sacerdócio na aplicação das leis, no jornalismo sério, imparcial, voltado para o bem comum, no trabalho humanitário do médico que coloca o cliente em primeiro plano. Tudo na certeza de que o homem, por mais simples que seja, é nosso irmão em Cristo, diz o memorialista Huberto Cabral, um ex-seminarista que deixou a batina e transformou-se, segundo seus colegas de rádio, num sacerdote da notícia.
As marcas indeléveis deixadas pelo Seminário contribuíram para a formação do caráter de centenas de jovens que hoje exercem as mais diversas atividades na construção de um mundo mais solidário. O advogado e jornalista Alcimar Rocha, que veio do Rio de Janeiro para participar do encontro, afirma que deve sua projeção social, econômica e cultural ao Seminário.
Para o deputado José Teodoro Soares, que também foi seminarista, "o município do Crato é considerado o berço da cultura da região do Cariri, principalmente por conta da educação, e o marco foi o Seminário São José, que teve o Padre Cícero como um dos benfeitores". O desembargador Francisco Suenon Bastos falou da sua passagem pelo Seminário, entre os anos de 1957 e 1960. "Tenho o Cariri como minha terra, muito embora não tenha nascido lá, mas foi lá que alimentei e formei em mim os fundamentos humanistas", afirmou.
Antônio Vicelmo, repórter
Armando Rafael 0 comentários
EXTRAIDO DO BLOG DO CRATO
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