Há alguns dias encontrei-me, no Crato, com o Historiador conterrâneo da Ponta da Serra, Antonio Correia Lima.
Toinho, como é carinhosamente conhecido por todos, é uma dessas raras criaturas que a onisciência de Deus colocou na Terra com a sagrada missão de apenas ser útil, não importando a quem ou a que causa.
No momento, certamente com o apoio solidário e decisivo da população local, Toinho se empenha, pertinazmente, na luta pela emancipação político-administrativa do nosso Distrito, objetivando a sua ascensão ao cobiçado posto de Município, há muito merecida. Suas armas, naturalmente, são as manifestações públicas, os contatos reivindicatórios na esfera política e os efeitos produzidos pelo jornalzinho “Ponta da Serra”, de distribuição gratuita, do qual ele é diretor, coordenador de edição, editorialista e um dos distribuidores. De suas mãos recebi alguns exemplares do mesmo, que, como pude observar, é um importante veículo de comunicação na defesa dos direitos do Distrito e do seu povo.
Não tenho dúvidas de que os bravos filhos da Ponta da Serra cravarão um massificante SIM no plebiscito que consumará o seu processo de emancipação.
A Ponta da Serra de minha memória é a de 1950. quando, aos dez anos de idade, nos mudamos para o Crato. Naquele tempo o vigário era Monsenhor Assis Feitosa, que me batizou e me administrou a primeira comunhão na igrejinha de São José; seu sacristão era Zacarias; o misto de farmacêutico, médico, cirurgião, dentista, protético, enfermeiro e meu querido padrinho era Zé Valdivino; a escolinha era a de madrinha Sinhá; o sapateiro era Zé de Chiquinha; o barbeiro era Zé de Sales, o ferreiro era Cazuza Chato; o sanfoneiro era Zé de Terto; o violeiro era Peneira; o fabricante de cigarros era Vicente Lima, que legou o seu ofício ao filho Geraldo Lima; o carpinteiro era Assis de Bela; o fornecedor de bananas era Chico Penca; os açougueiros eram Raimundo Bilio e João Maria; a parteira, que inclusive me segurou, era a “mãe ôta” , mãe de Raimundo Ribeiro. Nas festas de São José o divertimento maior eram as canoas de Antonio Correia; Se queríamos comer um bom pão-de-ló havia o café de “Maria de Ciço”, e um delicioso banho de rio somente era possível no “poço redondo”, no rio Carás.
Profundas lembranças de um passado feliz, que me acompanharão até o último instante de minha vida.
Bezerra Neto, filho de Zelo Bezerra, nasceu na Ponta da Serra, no ano de 1940. Em 1950, aos dez anos de idade, mudou-se para o Crato. É administrador de Empresas e, há trinta e cinco anos, reside
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