Quando eu era pequena(ainda sou) criança, minha mãe nos batia com uma tira de borracha dura e cumprida.
Meu irmão João e eu estudávamos no grupo escolar Francisco José de Brito,nossa diferença de idade era de um ano e oito meses, mas mamãe passava pra mim a responsabilidade de olhar e cuidar dele, principalmente para ele não fugir da escola, mas de vez enquanto acontecia de não dar pra cuidar e impedir dele fugir. Um dia ao terminar a aula, fui como sempre fazia direto na porta esperar o danado, todos passaram, menos o João. A Usina apitou onze horas, nada desse menino aparecer, resolvi ir descendo e perguntando a um ou outro colega dele. Encontrei o Elízio que andavam sempre juntos, fiz a mesma pergunta e a resposta foi um choque pra mim, já sentia até as chicotadas, enfim fui até a beira do canal enfrente ao mercado e o encontro todo jururu e cabisbaixo, estavam de alguns meninos jogando bila(bola de gude) e ele perdera todas, fiquei com raiva dele, mas não queria apanhar em vão, chamei o menino, um tal bem metidinho que era um dos bons, já não simpatizava com ele, era da Vila silvestre e estudava no colégio Diocesano foi você que ganhou todas do meu irmão? Ele olhou-me desafiadoramente e respondeu: Foi e aí que jogar e recuperar? Na hora entreguei minha bolsa pro meu irmão segurar, falei jogo uma e se eu ganhar você devolve todas e se eu perder dou todas que eu tenho, mostrei um saquinho de tecido que nós jogadores tínhamos pra guardar as preciosas bilas. Ele nem pensou já foi limpando os buracos e começamos a jogar, os meninos ficaram de perto vendo nossa disputa e torcendo, dando opinião, assoviando. Terminamos o jogo, eu ganhei é claro, naquela redondeza não tinha menina que jogasse igual a mim e só alguns meninos eram tão bons quanto eu. Meu irmão era um pato.Peguei as bolinhas coloquei-as no borná e quando estava pra ir embora o tal de Luizinho disse com muita raiva você é menina macho, por isto ganhou, eu só vi as bolsas do meu irmão e a minha sendo jogadas pra cima de mim e ele se atracando com o perdedor, foram chutes, socos, até rolaram pelo chão, fiquei atordoada com a reação do João, pois ele mole e sempre apanhava e estava em desvantagem quando eu resolvi apartar a briga puxando meu irmão e num impulso ligeiro o Luiz pegou na minha blusa e arrebentou todos os botões, minha sorte era que ( mesmo não tem seios) usava uma combinação, era uma espécie de vestido de tecido branco e na barra um bico bordado que era pra enfeitar. A farda era saia azul de pregas e a blusa branca de tecido aberta na frente com botões. Criou-se silencio naquela hora que foi maior meu constrangimento e tão de repente foi sumindo todos expectadores, inclusive o Luizinho saiu correndo.
Olhei pro meu irmão estava totalmente sujo, quando eu ia reclamar algo, ouvi o apito da usina avisando 13:00 horas, meu Deus do céu! Gritei disparando na frente e meu irmão atrás falando tantas coisas, mas eu não entendia era nada, só sentia era as dores que eu sentir ao chegar
Na verdade eu tomava banho porque eu achava que a agua ia tirar o ardor dos vincos nas coxas e além disto eu que a agua lavava minha vergonha. Sempre foi assim, até hoje não choro nunca e quando preciso chorar que estou em minha casa, entro no banheiro abro a torneira, sento-me no chão e choro...e as lágrimas vão junto com a agua para o esgoto do esgoto para o rio e do rio para o mar...
Sabem mesmo depois da surra e dos castigos nenhum de nós filhos da Josina ficávamos com raiva ou mágoa dela. Depois contávamos todo o ocorrido e até se tornava engraçado
Íris Reflete
2 comentários:
Boa resposta desta vez gostei.
Apesar de ninguém comentar no nosso blog, eu me sinto segura e importante, afinal foi aqui que iniciei e foi você que me incentivou.
Sabe Antonio se eu perder esse incentivo, acabo com todo este sonho de escrever.
Tem outra postagem que gostaria que postasse, é a da viajem e as queimadas que presenciei.
Você pode postar uma diferente assim por semana.
O meu mais grato abraço
Íris Pereira
Não acredito no que comentou no meu blog: Ainda não tinha lido por causa do titulo, quanto preconceito! Isto sim é verdadeiro pré conceito, julgou ante de ler...Fico imaginando o que não pré julga da minha pessoa.
Que pena!!!!!!!!!!!!!!
De você me conhecesse pessoalmente iria ver que o sou totalmente diferente da escritora de textos sensuais. Sou tão humana...
Maria Írismar Pereira de Souza
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