Vitória de emergentes em reunião do G20 prenuncia nova ordem econômica
Uma nova ordem econômica mundial começa a se formar com a decisão hoje da Cúpula dos Líderes do G20, em Pittsburgh (EUA) de aumentar a participação dos países em desenvolvimento no FMI em 5%. O acordo, defendido pelo presidente Lula em seu discurso quarta-feira na Assembléia Geral da ONU,
Para o presidente Lula, mais do que a transferência de cotas do FMI para países em desenvolvimento, o importante é a flexibilidade atingida pelos participantes da conferência. Se antes da crise, governantes de países ricos e instituições achavam que nada precisava ser mudado no mundo, agora, depois da crise, estão todos mais abertos a conversar.
A crise economica, embora tenha trazido transtorno ao mundo, permitiu que as pessoas arejassem a cabeça e ninguém mais pudesse dizer que era dono da verdade.
Confira a íntegra da entrevista coletiva concedida pelo presidente Lula após a Cúpula de Líderes do G20, em Pittsburgh:
Lula também falou sobre a crise política em Honduras, afirmando que o problema não é a volta de Zelaya para seu país, mas a permanência do governo golpista no poder. Lula disse que “a única coisa anormal em Honduras é o golpe de estado”, e que só os golpistas são contrários ao reestabelecimento de Zelaya ao poder.
Quando perguntado sobre a relação do Brasil com o Irã, o presidente Lula reiterou que até o momento não há motivo para acreditar que o país esteja fazendo armas nucleares. Lula defendeu o direito de todos os países do mundo de perseguir o uso da energia nuclear para fins pacíficos, e afirmou que por outro lado gostaria que todos os países do mundo que ainda tem armas nucleares abrissem mão das mesmas, e que portanto não apoiaria o Irã caso o país desejasse desenvolvê-las. Lula reiterou também que esta situação demanda diálogo entre Estados Unidos, França e Irã, e que os frutos deste diálogo serão sempre mais positivos do que a falta de diálogo.
Fórum de discussão global
Outra conquista importante obtida na reunião do G20 foi a sua instituição como fórum de discussão global para assuntos econômicos. Os representantes das 20 maiores economias do mundo decidiram em Pittsburgh que as reuniões do G20 serão anuais a partir de 2011. No ano que vem, serão realizados dois encontros.
Marco Aurélio Garcia, assessor especial da Presidência da República para assuntos internacionais, comemorou os resultados da reunião e afirmou que o Brasil terá papel muito importante na constituição dessa nova ordem econômica, juntamente com China e Rússia.
Em comunicado oficial, o diretor-geral do FMI, Dominique Strauss-Kahn, afirmou que a decisão foi histórica:
Esta decisão histórica e a emergência do G20 como fórum central para a cooperação econômica internacional assentarão as bases para uma parceria aprofundada na política econômica mundial.
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