quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Cinturão das Águas vai garantir oferta hídrica


Publicado em 8 de outubro de 2011


O projeto, feito por meio de um conjunto de canais e adutoras, dará segurança a 92% da população cearense
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O Ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, e o governador, Cid Gomes, assinaram o documento no Palácio da Abolição. O investimento total é de R$ 7 bilhões
KIKO SILVA


Localizado no semiárido nordestino, o Ceará historicamente enfrenta problemas com a escassez de água. Para garantir a oferta hídrica no Estado, os Governos Estadual e Federal assinaram, ontem, termo de compromisso para financiamento da primeira etapa do Cinturão das Águas no Ceará (que vai de Jati a Cariús, na região Sul do Estado), projeto de irrigação de bacias do Rio São Francisco com o Nordeste Setentrional, com 150 quilômetros de extensão.

O Cinturão das Águas envolverá todo o Estado, através de um conjunto de canais e adutoras, para dar segurança hídrica a 92% da população cearense. "A integração do Rio São Francisco vai disponibilizar 45 mil metros cúbicos de água por segundo para o Ceará", informou o governador Cid Gomes. Parte deste volume será depositado no riacho dos corpos do Rio Salgado, afluente do Jaguaribe.

Transposição

De acordo com o governador, o Estado pensou no projeto do Cinturão para transpor a água que chega na cidade de Jati, Sudeste do Ceará, para o oeste do Estado. As intervenções acontecerão no sentido leste-oeste, atingindo também o norte. "Nessa direção, a irrigação vai perenizando todas as grandes bacias do Ceará", destacou Cid Gomes.

A previsão é que o Rio São Francisco se integre ao Eixão das Águas, projeto do Governo do Estado que transferirá água da barragem do Castanhão para o sistema que abastece Fortaleza. O investimento total para todo o projeto é de R$ 7 bilhões, sendo que os recursos para o primeiro trecho (estimado em R$ 1,5 bilhão) estão assegurados no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A União entrará com R$1,1 bilhão e o Estado, com R$ 400 mil.

O Cinturão será formado por um canal principal que margeará a Chapada do Cariri, aproximadamente no sentido leste-oeste, para, depois, com diretriz sul-norte, atravessar as bacias do Alto Jaguaribe e Poti-Parnaíba, atingindo a bacia do Acaraú, totalizando cerca de 545 quilômetros. Toda a primeira etapa, que vai do município de Jati, no Ceará, até o município de Cabrobó, na Paraíba, tem três mil quilômetros de extensão.

O projeto básico da primeira fase do Cinturão das Águas já está pronto, com isso a licitação já pode acontecer, de acordo com a lei. Conforme o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, no semiárido nordestino já existem implantados 340 mil hectares de perímetro irrigado, dentro do projeto de Integração de Bacias do Rio São Francisco. Do total, 200 mil funcionam de forma adequada e 140 mil enfrentam problemas de questão fundiária, de crédito, de assistência técnica, entre outros. O Nordeste possui 28% da população brasileira e 3% da disponibilidade de água, gerando irregularidade da distribuição dos recursos hídricos.

Irrigação

O ministro pontua que o Governo Federal tem priorizado a irrigação na política nacional de recursos hídricos. "Teremos mais 200 mil hectares irrigados, destes, 6 mil serão aproveitados para o cultivo de cana de açúcar para a produção de etanol, 50 mil para a produção de proteína animal e 50 mil para a produção de frutas, revelou.

Para Bezerra, a assinatura do termo de compromisso vem para materializar os investimentos em segurança hídrica no Estado. "O Ceará é pioneiro não só nos investimentos, mas na oferta de recursos hídricos".

A conclusão das obras do eixo leste está prevista para o fim de 2014. O eixo norte terá as obras civis concluídas em 2014 e a finalização total até 2015.Leia mais em Regional

LINA MOSCOSO
REPÓRTER

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