Hoje doei sangue, não o fiz para ser premiada ter algum reconhecimento, fiz porque acho que é uma obrigação doarmos o que temos sobrando e que alguém está necessitando.
Mas hoje não estou bem comigo mesma, não estou em paz, algo me inquieta e me deixa com uma imensa vontade de não esta aqui, mas também não sei em que lugar estar. como sou estranha, qualquer coisa que não vá bem, logo me abalo e me deixo cair. O pior é que não posso deixar que notem isto, pois para todos sou a árvore que segura todos os frutos, sou a nascente que envia água para os rios, sou a terra fértil que semeiam as sementes, sou a flor, sou o fruto. Sou o pasto, sou a força que precisa o homem para sobreviver, sou a palavra de consolação, de amor, de segurança e tolerância. Sou o sorriso, sou a alegria, sou o lenço branco da paz, sou aquela que ajuda a levar a cruz sem nada reclamar.
Sou a mulher que deu cria e agora as amamenta para que fiquem fortes.
Sou a fêmea que se deita com seu macho e lhe dar prazer.
Sou a mulher que depois do amor renova as energias do seu homem.
Sou o vento que seca a roupa na falta do calor do sol.
Sou o colorido do arco íris após a chuva, sou a aquela nuvem carregada que o sertanejo olha e ver nela a esperança de seu plantio ser molhado. Sou eu aquela que fica orando pela volta do soldado que foi trabalhar e ainda não voltou. Sou tudo e não sou nada, mas sou o que precisar ser na hora que necessário for.
Sou a metade da laranja...para quem?
Mesmo assim estou inquieta, coração apertado, angustia nos olhos, palavras que não saem. lágrimas que escorrem para dentro deixando o olhos secos.
E só uma pergunta? O que me falta?
Íris Pereira
Um comentário:
Quando escrevi este texto falei realmente de mim, como sempre o faço.
Viajei um dia depois para a praia e continuei a sentir-me assim.
Isto é melancolia e não existe remedio. É um estado de espírito e passa quando o que estar perturbando acaba...
Íris Pereira
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