domingo, 21 de fevereiro de 2010

210210 - Orientação Vocacional –Para Pais Com Filhos No Ensino Médio- Por César Mousinho Ψ

Orientar é guiar, esse é o papel dos pais e encarregados de educação que pode ser iniciado a qualquer momento, sem aflições, sem pressões, sem ansiedade. Orientar não significa escolher pelo seu filho ou escolher para ele. É estar presente, é motivar, é realçar os aspectos positivos do seu filho, é apoiar as suas opções, para que este tenha mais condições de tomar uma decisão ponderada, coerente e refletida.

Vocação é: Tentando conhecer a etimologia da palavra vocação, vai-se a Aurélio Buarque de HOLLANDA (1976) e encontra que ela significa ato de chamar; escolha; predestinação; tendência ou inclinação. São os empregos comuns que esta palavra serve no dia-a-dia das pessoas bem informadas, ou não. Sabe-se que o termo vocação não significa casos restritos, mas tem uma abrangência bem maior do que se pensa, como também pode denotar uma extensão metafísica que atinge o aprendizado de muitas vivências.

Os pais afetam as escolhas vocacionais dos filhos enquanto modelos no desempenho dos seus papeis (pais, trabalhadores), na medida em que influenciam a imagem que os filhos têm de si próprios, enquanto motivadores dos filhos para atividades ocupacionais,como fontes de informação sobre as profissões e como promotores de um ambiente de desenvolvimento.

À medida que o Filho-Aluno-Adolescente se envolve de forma mais ativa, os pais devem assumir um papel cada vez mais periférico. Os pais devem deixar claro aos filhos que aceitam e esperam deles uma decisão individual quanto à escolha de um curso/profissão. Os filhos crescem rumo à autonomia e a escolha a que nos referimos devia ser intransmissível tal como o bilhete de identidade.

Os pais devem, no entanto encorajar os filhos a efetuarem uma exploração planejada em vez de esperarem apenas uma tomada de decisão relativamente ao curso/profissão pretendida. O mais importante não é o jovem ser capaz de dizer – eu quero ser psicólogo(a), por exemplo. O mais importante é o processo em si. A forma como o jovem se implica e participa, com o objetivo de se descobrir a si mesmo e construir um projeto para si. Com a sua ajuda da escola, o seu filho vai ser capaz de efetuar uma exploração planejada e de, por fim, solucionar da melhor forma a tarefa de escolher uma profissão.

O Aluno-Filho-Adolescente depara-se com várias tarefas de desenvolvimento que deve ultrapassar neste período, estabelecer uma identidade como adulto, separar-se psicologicamente dos pais e construir um projeto escolar/profissional. Estas três dimensões estão interligadas.

Construir uma identidade (como adulto) significa ser capaz de perceber e assimilar as diferenças entre os valores, necessidades e expectativas próprios e os dos outros, principalmente dos pais. A formação da identidade começa com a capacidade de realizar esta distinção. Se os Filhos -Adolescentes não forem capazes de ultrapassar esta tarefa da adolescência então também não serão capazes de se percepcionar como capazes de efetuar uma tomada de decisão relativamente a um curso/profissão. Os pais que pretendem ajudar os filhos a consolidarem uma identidade devem eles próprios ser capazes de encorajar a autonomia dos filhos, consolidar a sua relação conjugal e diminuir as dependências emocionais que ligam o adolescente à família.

A construção de um projeto escolar/profissional é simultaneamente a construção de um projeto de vida. Significa estar disponível para nos conhecermos a nós próprios explorando os nossos valores, aptidões e interesses, bem como para conhecer os sistemas de ensino com as suas ofertas específicas e o mundo das profissões. Este conhecimento é parte integrante do processo de escolha e surge da reflexão, isto é, parar para pensar como tem vivido nos grupos em que participa (família, amigos, atividades de lazer, desportivas, culturais, religiosas, para percebermos quais são os “nossos” valores, interesses e aptidões e nos ajudar a pensar sobre quem queremos ser, no futuro. Na escola a Orientação Vocacional é muitas vezes associada, apenas a um conjunto de testes aplicados por um psicólogo que identificam uma “vocação” uma opção escolar e ou profissional a seguir. Os testes podem ser uma ajuda mas, não revelam aquilo que o jovem ainda não descobriu sobre si, são meramente uma atividade entre outras na construção de um projeto e na descoberta de si mesmo.


Muitos consultores e autores bem-sucedidos de livros de negócios e carreira dizem que estamos vivendo a era dos multi-especialistas. Precisamos entender de muitos assuntos: administração, finanças, informática, outros idiomas, pessoas (esta talvez seja a aptidão mais importante e mais difícil), trabalho em equipe,etc. Eles estão certos. Precisamos entender de muitos assuntos e a única maneira de dominá-los é através do estudo e aprendizado contínuos.

O diploma de um curso superior já foi garantia de emprego, até meados da década de 70; hoje não é mais. Pensar que após o término da faculdade ou universidade você está "livre" do estudo é simplesmente decretar a morte da sua carreira profissional. Hoje precisamos estar sempre estudando, sempre nos atualizando. Estamos vivendo a "era da informação, da velocidade e da orientação para resultados". Muitas vezes, ficamos atônitos com a rapidez com que as mudanças acontecem. Já não basta mais sermos especialistas em uma única área: Engenharia, Administração, Economia, Direito, etc. Precisamos "entender do negócio", isto é, conhecer todos os aspectos relacionados com o ramo da empresa onde trabalhamos ou da nossa, senão como poderemos aplicar nossos conhecimentos em benefício da empresa, ou em outras palavras: gerar resultados

Organizacionais e pessoais.

Cabe aqui lembrar aos senhores pais de abrir espaços para discurssões e aprofundamentos sobre concursos públicos e cursos de qualificações profissionais.

*A vocação da arma é o alvo." (Manuel Vicent Recatada)"

Ama a tua vocação com paixão, ela é o sentido da tua vida."
(Auguste Rodin)

"Que é uma vocação? A revelação de uma consciência." (José María Vargas Vila)

"Vocação é diferente de talento. Pode-se ter vocação e não ter talento, isto é, pode-se ser chamado e não saber como ir." (Clarice Lispector)

"Porque tenho sido tudo, e creio que minha verdadeira vocação é procurar o que valha a pena ser."(Monteiro Lobato)

"As coisas a propósito das quais encontramos mais depressa as mais justas e vigorosas palavras, são certamente aquelas que estamos vocacionados para fazer ou para aprofundar." (Paul Valéry)

"Se você exerce a sua vocação, metade da sua vida está resolvida." (Fernanda Montenegro)

Ψ Jurídico - T. Familiar-Artigo VI- São Paulo 20/02/10 – www.sosdrogasealcool.org

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