EU VÍ!
Vi o velho campo do Sport, aos sábados e domingos, “cheio” de torcedores, vibrando pelo palmeiras, Sport, Satélite, Arrastão, Shell, Teodorico, São José, F. Higino, Liceu, Pedro II. Anildo apitando, Almerio e Durval Dias ou Itamar Oliveira bandeirando. Heron, Hamilton Lima ou Mitermaia narrando. Aderbal ou Chico Zé na mesma função. Elói, Norões ou Huberto Cabral comentando. Leiteiro, Nogueira, Pirrol, Peba, Sibito, Netinho, Frutapão, Pangaré, Anduiá, Charuto, Côco, Tachiguim, Danja, Chico Curto – o segundo melhor ponteiro direito do Brasil (na opinião do saudoso José Boaventura) – alegravam nossas tardes de domingo no estádio Wilson Gonçalves – velho campo do Sport.
Vi a quadra bi-centenário “entusiasmada” com as atuações de atletas do Crato Tênis Club, Novo Crato, Comercial, Sampaio Pinto, Condominio, Olaria, Vila Alta, Ibis. Eram noites empolgantes. Ao lado da quadra havia o barzinho, carinhosamente chamado “bar do parque”. Quantas noites interessantes! Quantos bate-papos agradáveis quanto entusiasmo! VI os grandes shows ali acontecidos, entre os quais, o da caravana CBS, com Abdias, Marinês, Coronel Ludugero, Osvaldo Oliveira, Messias Holanda... e os festivais da canção? Vi também. Que noites memoráveis”.
Vi a Praça Siqueira Campos, da Sé e as Ruas Miguel Limaverde e Dr. João Pessoa “invadidas” por autênticos foliões ao lado de turistas de vários locais do Nordeste “sacudindo” de alegria o centro da cidade. Vi a tradicional feira do Crato nas ruas centrais da cidade alavancando o desenvolvimento econômico do município. Violeiros, emboladores, cantadores, sanfoneiros faziam a festa. Zé Gato e Azulega inspiradíssimos na Siqueira Campos nas segundas-feiras. Uma maravilha.
Vi e ouvi as programações das rádios Araripe e Educadora: Festa em seu lar, Roteiro do meio dia, Cartaz dos ouvintes, Ritmo do Nordeste, RC primeiro e único, Festa da casa grande – o maior forró da sua vida - , Passarela do sucesso, Salve a retreta, Consultório da família, bazar de musica – uma festa em cada lar caririense – Espinhos e rosas, com eles: Juca e Jeremias. Vi e ouvi autênticos profissionais: Aderbal Carvalho, Gilberto Pinheiro, Osvaldo Alves, Mitermaia de Olinda, Campos Junior, José David Gadelha (Dezim), Elói, Francisco Alexandre, José Moreira, Cirilo Cardoso, Heron Aquino, Antonio Vicelmo, Hamiltom Lima e Rejane Limaverde. Desses, que fizeram parte da época de ouro do radio cratense, ainda estão em atividade: Vicelmo e Heron, além do Mazinho e José Jesus de Almeida. Vi nossos três cinemas exibirem filmes de grande sucesso nacional e internacional. Vi a Praça Siqueira Campos em festa nos finais de semana. Vi firmas comerciais identificadas com os cratenses: F.C. Pierre, A Babilônia, A Ferragista, Cantina do Oliveira, Casa Abidoral, Armazém Bangu, Farmácia Teles, Loja do Moacir. Vi e pulei memoráveis carnavais nos salões do Crato Tênis Clube. Vi funcionar os colégios São João Bosco (onde estudei), Pio X, Sagrada Família, Ana Couto, Escola Técnica de Comercio.
Vi o entusiasmo de Lusimar, Tio Osvaldo, Lisiêr, Bantim, nos palanques em diversas campanhas políticas. Vi Chico Curto tocando bateria na boate de Manezin. Vi e ouvi Doutor Solon chamando: “Lula, solte o boi... corre Zé Ferreira, corre Zé Wlisses, corre Chico Piau, corre Nemezim, derruba o boi Leandro Bagaceira... nas vaquejadas da nossa Exposição Centro Nordestina de Animais... Ali, também vi o Trio Nordestino tocando em um palanque de madeira com a voz mais bonita do Nordeste (Lindu) entoando as belas músicas daquele trio. Vi e ouvi discursos inflamados do Professor Pedro Felício , Doutor Humberto Macario, Raimundo Bezerra, Jósio Araripe, Iranildo Pereira, Eudoro Santana, Ariovaldo Carvalho, Bantim.
Vi circular o jornal A Ação e a revista Região. Vi e ouvi a amplificadora cratense e “Organic Publicidade”.
Vi o RAC-REC (Rádio Araripe do Crato, Radio Educadora do Cariri). Jogo entre radialistas das duas emissoras no dia do radialista, no estádio Wilson Gonçalves.
Vi Zé Maia pulando carnaval na Siqueira Campos ou no Tênis. Vi e ouvi Vicelmo nas campanhas cívicas da UEC. VI e andei no carro de Pedro Maia. Amigos, eu vi”
Crato/CE - 17/10/1853 - 17/10/200 - 156 anos de elevação
Jorge Carvalho – Outubro/2009
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