A Semana Santa é, sem dúvida, um dos períodos de maior concentração de manifestações folclóricas e populares, onde se pode destacar, entre outras tradições, a “Morte do Judas”.
Todo ano verificamos em nossa comunidade, neste período da Semana Santa, crianças jovens e adultos fantasiados de caretas, circulando em nossas ruas, utilizando a tradicional expressões “ó padim, ó parceiro me dá um jejum”. O que se observa é que este movimento não tem nenhuma organização e que cada um pede esta ajuda para si mesmo e não para uma finalidade coletiva.
Gostaríamos de ver em nossa comunidade uma coisa mais organizada neste sentido, com a criação do sítio do Judas, com a leitura do testamento, a parte mais interessante do evento, e a matança do Judas.
Diz a tradição “que o homem que o traiu [Jesus] foi Judas, pela ínfima quantia de trinta dinheiros, entregando-o com um beijo na face e um olhar de esguelha. Todos se lembram de uma árvore e de um laço, onde ele [Judas] novamente será pendurado e enforcado, depois de um julgamento público e da leitura de um testamento. Sem distinguir-se do Rei Divino, o Judas também será dilacerado e morto, o corpo estripado, os membros esquartejados, sob os gritos da turba confundida, matando numa só figura, um bandido e um rei. Judas morto e Cristo ressuscitado numa celebração de dois ritos que são um mesmo rito, propiciando a que volte o tempo da carne, da fartura e da alegria”.A orquestra puxa o cortejo nas cidades do interior do Nordeste. Caretas agitam seus relhos atrás do jumento que carrega o boneco espalhafatoso de riso aberto. Embriagado, o bando arrasta o boneco do Judas de estopim rumo à sua quinta. “Entre sarros e chumbregos, bafejos de vinho suspeito e arrotos indecentes, o Carnaval recomeça, celebrando-se com pândega a morte prenunciada”. “Nas noites silenciosas das cidades nordestinas, penitentes ainda dilaceram as costas com pequenas lâminas, pranteando em benditos o Inocente que morrerá na cruz. A mão direita não sabe o que faz a mão esquerda Sob pedradas e vaias, desce o cortejo de um boneco de braços abertos, a mão segurando um cigarro no lugar de um ramo verde”.Comprimidos no interior da igreja, os fiéis aguardam a meia-noite do sábado, quando as cortinas roxas desabarão dos trilhos e os sinos tocarão dobrados, abafando o grito de Aleluia”.“Dispersos na praça, girando os tirsos de couro, filhos e esposas do Judas esperam o instante em que sua cabeça explodirá, para se atirarem sobre o corpo de trapos e palha.Rude contraste de um mesmo fim comum: morte e ressurreição”
Dessa forma, esperamos que alguém da nossa comunidade tome a iniciativa de organizar, para o próximo ano, um evento idêntico aos que acontece na cidade de Crato, que teve como pioneiros da festa da matança do Judas, a família do Seu Zé de Bastos, que até os dias de hoje promovem a mais concorrida festa deste gênero na região.
FONTE
CONTINENTE ONLINE(http://ricarlo40.blogspot.com)
Todo ano verificamos em nossa comunidade, neste período da Semana Santa, crianças jovens e adultos fantasiados de caretas, circulando em nossas ruas, utilizando a tradicional expressões “ó padim, ó parceiro me dá um jejum”. O que se observa é que este movimento não tem nenhuma organização e que cada um pede esta ajuda para si mesmo e não para uma finalidade coletiva.
Gostaríamos de ver em nossa comunidade uma coisa mais organizada neste sentido, com a criação do sítio do Judas, com a leitura do testamento, a parte mais interessante do evento, e a matança do Judas.
Diz a tradição “que o homem que o traiu [Jesus] foi Judas, pela ínfima quantia de trinta dinheiros, entregando-o com um beijo na face e um olhar de esguelha. Todos se lembram de uma árvore e de um laço, onde ele [Judas] novamente será pendurado e enforcado, depois de um julgamento público e da leitura de um testamento. Sem distinguir-se do Rei Divino, o Judas também será dilacerado e morto, o corpo estripado, os membros esquartejados, sob os gritos da turba confundida, matando numa só figura, um bandido e um rei. Judas morto e Cristo ressuscitado numa celebração de dois ritos que são um mesmo rito, propiciando a que volte o tempo da carne, da fartura e da alegria”.A orquestra puxa o cortejo nas cidades do interior do Nordeste. Caretas agitam seus relhos atrás do jumento que carrega o boneco espalhafatoso de riso aberto. Embriagado, o bando arrasta o boneco do Judas de estopim rumo à sua quinta. “Entre sarros e chumbregos, bafejos de vinho suspeito e arrotos indecentes, o Carnaval recomeça, celebrando-se com pândega a morte prenunciada”. “Nas noites silenciosas das cidades nordestinas, penitentes ainda dilaceram as costas com pequenas lâminas, pranteando em benditos o Inocente que morrerá na cruz. A mão direita não sabe o que faz a mão esquerda Sob pedradas e vaias, desce o cortejo de um boneco de braços abertos, a mão segurando um cigarro no lugar de um ramo verde”.Comprimidos no interior da igreja, os fiéis aguardam a meia-noite do sábado, quando as cortinas roxas desabarão dos trilhos e os sinos tocarão dobrados, abafando o grito de Aleluia”.“Dispersos na praça, girando os tirsos de couro, filhos e esposas do Judas esperam o instante em que sua cabeça explodirá, para se atirarem sobre o corpo de trapos e palha.Rude contraste de um mesmo fim comum: morte e ressurreição”
Dessa forma, esperamos que alguém da nossa comunidade tome a iniciativa de organizar, para o próximo ano, um evento idêntico aos que acontece na cidade de Crato, que teve como pioneiros da festa da matança do Judas, a família do Seu Zé de Bastos, que até os dias de hoje promovem a mais concorrida festa deste gênero na região.
FONTE
CONTINENTE ONLINE(http://ricarlo40.blogspot.com)
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