ORIGEM: segundo, Seu Bernardo Xenofonte, um dos netos de Daniel
Xenofonte de Oliveira, num tempo que não sabe precisar, chegaram no sítio
Bebida Nova, nos pés de Serra do Crato, dois portugueses solteiros, onde fixaram
residência Eram conhecidos de todos nesta região por “ Os Xenos Crato”. Sendo
“Xenos” um radical grego que, significa estrangeiros” podemos traduzir o termo
acima como “Estrangeiros do Crato”. Um dos irmãos resolveu mudar-se para Iguatu
CE, enquanto o outro ficou nesta região.
Outro membro da família informou que “Daniel, por motivo de um crime de morte
na família Leite,e com a chegada do 1º cartório de registro de nascimento na
cidade do Crato, em 1888, resolveu mudar o sobrenome (“Leite” para “Xenofonte”)
seu e de seus irmãos” numa homenagem ao Filósofo grego Xenofonte.
Devo ressaltar que pesquisando os livros de casamentos na cúria diocesana de
Crato verifiquei que nos assentos do casamento de Daniel, em 04 de novembro de
1878, tanto ele como o Antonio, seu irmão, já se assinavam “Xenofonte” Dessa
forma, esta primeira hipótese da família quanto a data da mudança do nome não
se confirma
Para contrapor a outra hipótese da família de que a mudança foi em homenagem ao
filósofo grego, apresento a minha hipótese, para discussão: Acredito que pelo
fato dos dois irmãos portugueses serem tratados de “Xenos Crato”, isto é
“estrangeiros do Crato”, entendo que por morarem ao lado das “fontes” dos pés
de Serra, logicamente, passaram também a ser chamados de “Xenos das Fontes”,
depois “Xenosfontes”, e por último “Xenofonte”.
A família Xenofonte de Oliveira teve um papel muito importante no processo de
povoamento de Ponta da Serra, pois, Daniel foi proprietário e morador nas
proximidades da povoação, onde em 1916/17 criou a Conferência de São Vicente de
Paula, uma entidade ligada à Igreja que fazia um trabalho filantrópico
amparando as pessoas mais pobres da comunidade. Moisés foi idealizador da
construção da capela atual de São José, tendo encabeçado o movimento pro
construção. Por isso, hoje, é nome de rua em nossa sede. Devemos lembrar o
trabalho das “Beatas”, Rosa e Raimunda, filhas do Daniel, que muito
contribuíram nos movimentos da igreja, inclusive moraram na povoação nas
décadas de 1920/30/40. (Veja foto acima)
Vejamos dois documentos transcritos na íntegra dos livros de casamentos
da Cúria diocesana do Crato.
Casamento Religioso Transcrito na Íntegra
Por: Antonio Correia Lima, aluno do VII semestre do curso de História da
Urca
Fonte: Livros de casamentos da Freguesia de Crato
Departamento de Histórico Diocesano Padre Gomes
Em quatro de novembro de mil oitocentos e setenta e oito de minha
licença escrita na provisão do Bispo Diocesano de vinte e hum de setembro deste
ano, no sítio Teotônio desta Freguesia do Crato, em oratório particular em Casa
de Antonio Xenofonte de Oliveira, o Padre Francisco Rodrigues Monteiro, em
presença das testemunhas João Clodoaldo Linhares, e Antonio Xenofonte de
Oliveira, uni em matrimônio, e dei as benções nupciais e Daniel Xenofonte de
Oliveira com Anna Maria de Jesus, brancos, naturais desta freguesia, e
moradores no mesmo sítio, tendo sido dispensados pelo mesmo diocesano, no mesmo
dia em 3º grao e mais em 4º grao com atingência ao terceiro de consangüinidade
lateral. Do que para constar, fis seu assento em que mi assigno em vista da
certidão que passou o dito padre.
(Livro Nº 12 – de 1878 A 1880 - Freguesia do Crato)
Manuel Joaquim Aires do Nascimento – Parocho
Editais de Casamentos Religiosos Transcritos na Íntegra
Por: Antonio Correia Lima, aluno do VIIIsemestre do curso de História da
Urca
Fonte: Livros de casamentos da Freguesia de Crato
Departamento Histórico Diocesano Padre Gomes
DENUNCIAÇÕES: 31 de agosto, 4 e 8 de setembro de 1890
Confavor de Deus quer casar-se Moysés Xenofonte de Oliveira filho legítimo de
Manuel Leite D’Oliveira e Josepha Baptista D’Oliveira, fallecidos, com Josepha
Leopoldina de Lima, filha legítima de Raymundo Gonçalves da Costa e Gertrudes
Liberalina Maia. Os nubentes sam naturais e moradores nesta freguesia do Crato.
ÁRVORE GENEALÓGICA
José da Silva Silveira, Português que vivera no sertão do Ceará em finais do século XVIII,
casou-se com uma jovem da família “Leite” de Santana do Cariri.
Pai de
Manuel Leite de Oliveira c.c. Josepha Baptista D’Oliveira, tendo sido ele,
Deputado Provincial em 1838. Em setembro de 1890, quando casou seu filho
Moisés, ambos já eram falecidos.
Pais de
01 – Daniel Xenofonte de Oliveira
02 – Moisés Xenofonte de Oliveira
03 – Antonio Xenofonte de Oliveira
04 – Maria (Marica)
05 – José Xenofonte de Oliveira